Esporte | Taekwondo e jiu-jítsu viram projetos sociais. Professor busca resgatar a prática disciplinada
Região – A utilização do esporte como uma ferramenta de inclusão social não é uma prática nova. O que não é dizer que não seja uma prática necessária e popular. Na região, pelo menos dois projetos distintos oportunizam práticas esportivas para crianças de variadas classes sociais.
Assim é o projeto de Leandro Gonzaga em Nova Hartz, que oferece, de forma gratuita, aulas de judô e jiu-jítsu para crianças e jovens do município. “Temos aulas duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, na Academia BioFit. Os alunos que se destacam no projeto vão treinar em nossa matriz, em Campo Bom, com o Sensey Jorge Oliveira e o professor Kadu Maverick, gratuitamente. Nas quartas-feiras, eles treinam no CT Alliance Mário Reis, em Novo Hamburgo, com o Sensey Luiz Junior e o multicampeão mundial Nicholas Meregalli”, comenta Leandro, que também é instrutor de jiu-jítsu. “Nosso objetivo agora é legalizar o projeto, que tem tido muito sucesso. A cada final de semana, há mais crianças participando”.
Um ano
O projeto de Nova Hartz existe há um ano, e surgiu como uma resposta de Leandro a uma situação que presenciou em via pública. “Tudo começou com um susto que levei, quando vi três meninas, de 5 ou 6 anos, na rua, se xingando, com palavrões mesmo. Como pai de uma menina, fiquei pensando que não gostaria que minha filha fosse assim. Foi aí que contatei o Eduardo, da Academia BioFit, para começarmos o projeto. Desde sempre, falamos que ele seria gratuito”.
Menina de Nova Hartz é campeã gaúcha
Kailane de Candia Zandoná, de 12 anos, é uma das alunas do projeto de Nova Hartz que se consagrou como campeã gaúcha na sua categoria (meio pesado infanto/juvenil de jiu-jítsu) em Porto Alegre, no dia 26 de março. Leandro conta que buscam recursos para que ela possa disputar o mundial, que ocorre em São Paulo em julho. “A única coisa que pedimos é a ferramenta para trabalhar, o kimono. Quem quiser ajudar, pode nos contatar pelo fone 998-777-648”.
Taekwondo na Vila São Paulo, em Sapiranga
Em Sapiranga, o policial militar Thiago Souza, faixa preta 2º Dan em Taekwondo, ensina o esporte para crianças e adolescentes no Barracão Católico da Vila São Paulo há cerca de dez meses. “Quando começou a aumentar o número de alunos, comecei a pedir ajuda, em primeiro lugar para comprar tatames para cobrir o chão do local, para os alunos não se machucarem”. Hoje, são 27 crianças e 35 adolescentes tendo aulas, por R$ 10,00 por mês.
Trazendo o Taekwondo para Sapiranga
Em 1987, o professor Sérgio Oliveira (faixa preta, 1º Dan) começou a ensinar Taekwondo em Sapiranga. “Eu trouxe o Taekwondo para Sapiranga. Sou fundador da Academia Universal, na época tínhamos cerca de 150 alunos. Fazíamos muito campeonatos, com a presença da Federação Gaúcha. Lembro que para passar de faixa, os exames eram feitos de seis em seis meses, levava oito anos para ser faixa preta. Era muito disciplinado”, conta Sérgio.
Como ajudar na Vila São Paulo
Para comprar kits de combate para seus alunos, o sapiranguense Thiago organizou um cachorro-quente. “Cada kit de proteção custa em média R$ 400,00. Com o cachorro-quente, consegui comprar um. Ainda preciso comprar pelo menos 5 pares. Quem quiser ajudar, pode me contatar no telefone 99772-8278 ou no e-mail tsouza.pm@hotmail.com.” Para quem quiser fazer aulas, na primeira lição, Thiago dá várias explicações ao aluno e pede informações médicas e contatos de responsáveis.
O futuro do Taekwondo
Há dois anos, o professor Sérgio voltou a treinar, e hoje dá aulas na Academia Bella Forma, no bairro São Luiz, em Sapiranga. “Voltei a praticar por ver que hoje em dia há pouco treino e disciplina. Busco resgatar o Taekwondo”, comenta o professor, que já formou alunos que hoje são faixa preta. “Um dos meus alunos, o Odair Moraes, hoje é mestre em Taekwondo. Na época, cheguei até a dar aulas para a Brigada Militar. Formaram cerca de 40 novos soldados e eu dei aula para eles”, lembra Sérgio Oliveira.