Sapiranga – Uma reportagem de televisão em meados de 2014 é o que move hoje a esperança do sapiranguense Anderson Valtieri da Silva de Abreu, de 35 anos, que sonha em voltar a enxergar após sofrer os danos causados pela Síndrome de Steven-Johnson, quando ainda criança. A cegueira aconteceu em consequência de dados causados pela doença diagnosticada aos nove anos e que afeta a pele, criando bolhas que chegam a deixar o corpo em carne viva. Os olhos de Anderson também foram afetados. Somente agora, depois de diversos anos, em meio a alegria da chegada da filha Lauren Rebeca, hoje com um ano e um mês, compartilhou com familiares que havia escutado sobre a possibilidade de cirurgia nos Estados Unidos para recuperar a visão danificada pela síndrome. “Era uma reportagem que explicava que nos Estados Unidos existia essa pesquisa para recuperação da visão ocasionada pela Steven-Johnson. O tratamento custaria em torno de R$ 500 mil”, disse. Anderson vive hoje no Residencial Ferrabraz.
Familiares se mobilizaram para ajudar
Um familiar na melhor das intenções criou uma vakinha online para angariar recursos. Demais familiares iniciaram buscas por sites e opiniões de especialistas para terem acesso a mais informações a respeito da possibilidade de cirurgia. Laudos médicos também estão sendo juntados. O perfil da campanha está disponível em: vaka.me/686293.
O que é a Síndrome de Steven-Johnson
- De acordo com Anderson, a reação alérgica aconteceu devida a uma medicação receitada quando ainda criança por um médico. “Quando tomei o remédio Gardenal aconteceu isso”, disse. A partir disso, ficou em torno de três meses internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da PUC.
- Conforme a dermatologista e professora de Medicina da PUC, Thaís Grazziotin, os danos ocasionados pela síndrome evoluem muito rápido. “Essa reação na pele e mucosas geralmente é ocasionada por essa reação a determinada medicação. O diagnóstico precisa ser precoce por que as feridas na pele, as bolhas, evoluem muito rápido”, explicou a profissional médica. O tratamento é hospitalar com uma equipe multidisciplinar de profissionais.
- A doutora Thaís destaca que é importante que familiares consultem a opinião de diversos oftalmologias sobre a viabilidade de cirurgia. Somente esses profissionais poderão analisar a fundo a situação do caso de Anderson.
Texto e foto: Fábio Radke