Região – No último dia 11, o Comitê de Planejamento Energético do Estado do Rio Grande do Sul (Copergs) realizou uma reunião on-line com integrantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além dos representantes das seis empresas vencedoras dos leilões da Aneel e de outros órgãos ligados ao setor energético.
Na reunião, as empresas atualizaram o governo estadual do andamento das obras em andamento no território gaúcho, que devem aumentar significativamente a capacidade de transmissão de energia, permitindo o escoamento da energia produzida por futuras unidades de geração, tais como eólica, na metade sul e litoral norte do Estado, além de qualificar o abastecimento de energia nas regiões de Caxias do Sul, Porto Alegre e Região Metropolitana. No total, serão agregados 7,6 gigavolt-ampere (GVA) ao sistema eletroenergético gaúcho.
Um dos projetos em andamento é o chamado Pampa, e que está sendo realizado pela empresa Cymi. O investimento de R$ 776,8 milhões gera 1.942 empregos na obra que trará melhorias para toda a região metropolitana de Porto Alegre.
Sobre o projeto Pampa
No início de 2020, a empresa de origem espanhola Cymi adquiriu o projeto Pampa, na área de energia no Rio Grande do Sul, que havia sido assumido em 2019 pela empresa indiana Sterlite Power. As obras do projeto são referentes ao lote 13 que havia sido leiloado pela Aneel no final de 2018. No total, o curso das linhas de transmissão soma 326 quilômetros e uma subestação, que será construída em Capivari do Sul. O prazo final do período de concessão é 22 de março de 2023. Dentre os municípios atendidos no projeto, estão Taquara, Araricá, Nova Hartz, Parobé e Sapiranga.
Segundo o diretor de projeto da Cymi e responsável pelo Pampa Transmissão de Energia, Rodrigo Sena, a previsão de conclusão total do projeto é 2022. “Não medimos esforços para cumprir com o planejamento e cronograma. São três linhas, que já estão com as áreas 100% identificadas e com os proprietários cadastrados”, explica Rodrigo.
Linhas de alta tensão vão partir de Capivari do Sul
Conforme explica Rodrigo Sena, serão três linhas construídas no projeto. “As três partem de Capivari, onde está sendo construída uma subestação nova. Será uma linha de 230kV para Viamão, uma de 525kV para Gravataí e outra de 525kV de Capivari até Guaíba. No momento, temos 85% dos materiais já comprados, alguns inclusive já começaram a chegar nas obras.
A linha de Viamão (L101) já tem licença de instalação emitida, e 69% da área já foi negociada com os proprietários. A linha de Gravataí (L102) tem licença prévia e 44% negociado. Importante destacar que a negociação das áreas na L103 (linha de Guaíba) e 102 depende da licença de instalação”, afirma.
Projeto terá obras em área de preservação ambiental
Na reunião, Rodrigo explicou também que um dos empecilhos encontrados é na área ambiental. “Hoje ainda não temos evolução da parte construtiva, estão bem incipientes as três linhas. Viamão tem licença de instalação emitida, mas com restrições. As três linhas interceptam a Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande, que é um refúgio silvestre e importante área de preservação ambiental. Mas ressaltamos que as duas linhas de 525 saem paralelas, e se dividem no meio do caminho, para ter o mínimo impacto possível no meio ambiente. O objetivo foi minimizar os impactos na região, buscando celeridade do processo de licenciamento para agilizar a construção e quebrar a inércia mais rápido. É um desafio muito grande”, relata.