Sapiranga – Educação alimentar e nutricional de qualidade para todos. É este um dos objetivos da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável. São, no total, 40 membros aliados ao movimento, entre organizações da sociedade civil, profissionais e movimentos sociais, como a Associação Brasileira de Nutrição, Greenpeace, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e SlowFood Brasil, que se uniram com o objetivo de desenvolver e fortalecer ações coletivas que contribuam com a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada, por meio do avanço de políticas públicas que garantam a segurança alimentar e nutricional no Brasil.
O movimento objetiva alcançar 10 pontos, dentre eles a promoção, proteção e apoio aos saberes e práticas da alimentação saudável; fortalecimento da agroecologia e da agricultura familiar; melhoria da informação nos rótulos de alimentos e restrição da publicidade de alimentos ultraprocessados. Uma das mais recentes campanhas lançadas defende a rotulagem adequada dos alimentos. “Os rótulos precisam ser mais claros, e tem muita coisa que não é fidedigna ao que tem no produto. Isso é muito decepcionante. É importante pregar a qualidade da informação”, defende a nutricionista Renata Rothen.
Rótulos claros refletem escolhas saudáveis
Com o lema “Faça valer seu direito de saber o que come”, a campanha pela rotulagem adequada lançou uma petição online e vem reunindo assinaturas em todo o país (alimentacaosaudavel.org.br).
A Aliança defende que informações importantes sobre os alimentos consumidos pela população nem sempre chegam até o consumidor, o que pode levar a escolhas erradas. “Com rótulos mais compreensíveis e informações adequadas, as pessoas podem fazer escolhas alimentares mais conscientes e, consequentemente, mais saudáveis”, defende o texto da campanha.
Para a nutricionista Ana Paula Fleck Schmidt, a rotulagem é uma excelente ferramenta para ser analisada na hora da escolha de um produto. “Pode ajudar a entender qual o melhor produto para a necessidade da pessoa. Em relação a campanha, somando forças, o sucesso com certeza será maior. É preciso uma mobilização de todos os lados para conseguirmos o direito à alimentação saudável e uma melhor informação sobre os alimentos”, destaca Ana Paula.
Interesse é maior
Renata Rothen, também educadora em diabetes, pontua a importância da conscientização de que, muitas vezes, são os alimentos com produtos químicos e quantidades imensas de agrotóxicos que fazem a população ficar doente. “Alimentos industrializados e ricos em conservantes não são saudáveis. Tudo isso faz a população desenvolver várias doenças”, destaca.
“A maioria dos meus pacientes são diabéticos. Quando ensinamos rótulos de alimentos, ficam apavorados pela quantidade de açúcar que consomem. Está na hora das pessoas descobrirem o que estão comendo, através dessa rotulagem”, pontua Renata.
“Sabemos que a indústria alimentícia é uma gigante, assim como a indústria farmacêutica. Mas as pessoas estão indo atrás, a campanha é boa e forte, já se tem uma luz no fim do túnel para toda essa desinformação”, declara.
Texto e Foto: Sabrina Strack