Após estudo, produção de queijo artesanal é regulamentada pelo Estado

Giovani Feltes, titular da Seapi, durante assinatura. Foto: Ascom Seapi

Região – O setor agrícola sempre teve relevância na região, assim como a produção de queijos artesanais que servem como fonte de renda extra para a agricultura familiar do Vale do Sinos. E essa atividade vai ganhar ainda mais proteção com a assinatura do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Colonial Artesanal, realizada na última semana, em um esforço conjunto entre a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e a Emater/RS-Ascar.

 

O ato ocorreu na cerimônia de lançamento do 2° Concurso de Queijos Artesanais, com a presença do secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini e do titular da Seapi, Giovani Feltes.

“O regulamento é uma forma de criar uma padronização, atender a parâmetros pré-determinados e proteger esse modo de fazer o queijo colonial artesanal no Rio Grande do Sul. Além disso, há todo um resgate histórico que precisa ser levado em consideração”, disse Feltes durante o ato de assinatura.

 

Estudo e regulamentação
A regulamentação visa estabelecer a conformidade e proteger esse modo de produção, já que o produto apresenta composição específica e aspectos sensoriais, o que faz com que as particularidades de cada queijo sejam preservadas. Além disso, representa cultura e história de várias regiões do Rio Grande do Sul, que tem como base econômica a agricultura.

O processo de regulamentação de um produto é realizado pela Seapi, na Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa). De acordo com a extensionista da Emater, Bruna Bresolin Roldan, o regulamento foi proposto a partir de um estudo que iniciou no ano de 2016, com a participação da Seapi, da Emater e da Ulbra. “Foi realizado um resgate histórico do queijo colonial para saber como era produzido, quem produzia, qual era a receita original e se ela se alterou ou se manteve”, detalhou Bruna. “Depois de análises físico-químicas e microbiológicas em mais de 300 queijos para caracterizar a produção gaúcha, o regulamento técnico foi elaborado.”

 

Sobre o queijo artesanal
Maturado e obtido da coagulação do leite cru ou pasteurizado, o queijo artesanal é produzido por meio do coalho – ou outras enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não pela ação de bactérias lácteas específicas. Sua produção faz com que o produto tenha características próprias e técnicas predominantemente manuais.

Além disso, é classificado como um queijo gordo, de média e alta umidade; sua consistência é semidura, elástica, de textura compacta (lisa ou fechada); a cor é branca ou amarelada; o sabor é característico, ligeiramente ácido ou picante; e o odor é agradável, pronunciado com o grau de maturação. O queijo colonial artesanal poderá ser comercializado sem embalagem ou em embalagens primárias com rotulagem previamente aprovada pelo Serviço de Inspeção.