Recebo com tristeza a notícia de que perdemos mais uma vida na segurança pública. No último final de semana, mais um policial militar, com apenas 31 anos, tirou a própria vida, aumentando as estatísticas que colocam o RS no ranking dos Estados com a força policial que mais comete suicídio.
A frieza das estatísticas nos mostram que, considerando o efetivo da corporação, a Brigada Militar possui média de 30,7 suicídios a cada 100 mil habitantes – em São Paulo são 20 e no Rio de Janeiro 9,1. Ou seja, temos mais mortes de policiais por suicídio do que no combate à violência. Esses números precisam ser enfrentados, pois ocorrem tanto com policiais da ativa quando da reserva, assim como na sociedade em geral. Tão importante quanto discutirmos plano de carreira, novas viaturas e coletes, é darmos um basta nos casos de suicídios na tropa e na população.
Na Assembleia Legislativa, tenho me dedicado ao tema e alertado o governo do Estado sobre a importância de ampliarmos o orçamento dedicado ao Programa Anjos, da Brigada Militar, assim como para o hospital da corporação que atende os casos de saúde mental na tropa, em Porto Alegre. Da mesma forma, é preciso que o policial que se declara impedido de atuar seja acolhido e tenha toda a empatia necessária para se recuperar e voltar às ruas.
As demais corporações que integram a segurança pública – Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Instituto Geral de Perícias, Polícia Penal, Susepe e Guardas Municipais -, enfrentam o mesmo problema no dia a dia. Como ex-militar e filho de vigilante aposentado, sei das dificuldades que as forças de segurança pública e privada se deparam no cumprimento de suas tarefas.
Sabemos que o assunto suicídio ainda é tabu em nossa sociedade e estamos em um momento crucial pós-pandemia, onde tudo se agravou. No entanto, se quisermos buscar uma solução conjunta, precisamos cuidar de quem cuida da gente!
*Professor e deputado estadual