Sapiranga – O colapso do sistema de saúde em todo o Brasil atinge também os municípios da região. Os hospitais Sapiranga e Lauro Reus estão com seus leitos de UTI há mais de uma semana com superlotação, exigindo esforços cada vez maiores das equipes de saúde para atenderem o maior número de pacientes possíveis. Por isso, a prefeitura de Sapiranga decidiu fechar temporariamente algumas unidades de saúde no município, e realocar os profissionais para o atendimento exclusivo às pessoas com sintomas da Covid-19.
São 51 profissionais – entre agentes comunitários de saúde, serviços gerais, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes administrativos e estagiários – que foram realocados para prestar atendimento aos pacientes com sintomas gripais característicos da Covid-19. Os servidores estavam atuando na Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro Oeste e na ESF do bairro São Paulo, e nos Postos de Saúde Ferrabraz, São Jacó e Vila Irma, que foram temporariamente fechados segundo o Decreto Municipal nº 7175/2021. A secretária de Saúde de Sapiranga, Janete Hess, explica que os pacientes estão sendo atendidos pela unidade de saúde mais próxima de sua residência. “Todas as UBS estão atendendo em livre demanda, ou seja, o paciente com algum sintoma que procurar atendimento será atendido no mesmo dia”, explica.
Profissionais realocados estão suprindo a demanda
Segundo a secretária Janete, a alteração está suprindo a demanda atual. “Neste momento, o que mais necessita de atendimento é o paciente com sintomas gripais, característicos de Covid-19, que representam a grande maioria de procura por atendimento, e, portanto, que foi reforçada para abarcar essa necessidade. As demais áreas seguem em atendimento, inclusive com enfermagem, médico clínico e pediatra atendendo por livre demanda”, esclareceu a chefe da pasta da saúde sapiranguense.
Mudanças nos espaços
Com o objetivo de aprimorar o atendimento aos pacientes, em especial aqueles com sintomas da Covid-19, a prefeitura de Sapiranga realizou duas mudanças: o Centro de Referência de Síndromes Gripais foi transferido para um local mais amplo, no Parque Municipal de Imigrante, e a Central de Monitoramento teve suas instalações dispostas em um ambiente maior. Janete avalia que as medidas foram necessárias para atender a demanda que compõe o cenário atual. “Houve a necessidade de um espaço maior em razão do aumento da demanda. Para ilustrar: em janeiro foram realizadas 1.112 coletas de RT-PCR e, em fevereiro, foram coletados 2.189 exames. O aumento das coletas reflete no aumento de toda a demanda de cadastro e envio das amostras para os laboratórios, assim como no monitoramento dos pacientes. Foram realocados cinco agentes para a Central de Monitoramento para dar conta da demanda.
Secretária avalia
A secretária afirmou que, dado o momento atual de grande número de casos positivos e suspeitos no município, com aumento excessivo na demanda de atendimentos, foi preciso adotar medidas que atendessem às necessidades da população. “Da mesma forma, tentamos ao máximo não aumentar os custos para o Município. Assim, se fez necessário o fechamento temporário de Unidades Básicas de Saúde para que os servidores fossem realocados para onde a demanda está mais ampla e grave, complementando as equipes que necessitavam. Por outro lado, a comunidade não ficou sem atendimento, uma vez que foi aberta a possibilidade de buscarem consultas na Unidade de Saúde mais próxima. As estratégias foram pensadas para o enfrentamento da pandemia, considerando o cenário atual do Município, e com o objetivo de otimizar os atendimentos”, conclui.