Estado – A MetSul Meteorologia alerta que o cenário crítico que se registra em Porto Alegre, região metropolitana e em outras cidades assoladas por enchentes seguirá com extrema gravidade por um longo período com colapso de serviços públicos e a manutenção de alagamentos e inundações. Em alguns pontos da capital e região, assim como nos vales, os mais castigados pela enchente, estes locais serão inabitáveis por semanas a meses pela destruição das moradias, da infraestrutura e o colapso dos serviços públicos essenciais, que terão que ser reconstruídos.
O nível do Guaíba está ainda muito perto do pico superior a 5,3 metros, alcançado no fim de semana. Embora a diminuição da vazão, o nível alto da Lagoa dos Patos e o grande volume de água descendo complicam o escoamento, mesmo com condições favoráveis de vento do quadrante Norte.
Isso já havia sido observado na grande enchente de 3,18 metros de setembro do ano passado. O cenário se complica porque as condições meteorológicas tendem a piorar. Na quarta-feira (8), as áreas atingidas pelas enchentes na Grande Porto Alegre e nos vales podem voltar a ter chuva, mas não será precipitação com volumes altos que venha a interferir no nível dos rios.
Na quinta-feira (9), o ingresso de ar frio traz baixa temperatura e vai ser responsável por causar vento do quadrante Sul no Norte da Lagoa dos Patos. O efeito será uma espécie de bloqueio do Guaíba, que pode apresentar alta ou mesmo ter sua queda estancada/reduzida por cerca de um dia.
A maior preocupação está nos indicativos dos modelos numéricos de que entre os dias 10 e 15 de maio, haveria um novo episódio de instabilidade com risco de chuva excessiva no Rio Grande do Sul, sem os volumes do final de abril e do começo de maio, mas que podem atingir acumulados elevados. A chuva afetaria Porto Alegre e as cabeceiras dos rios que desembocam no Guaíba.
Além de interferir nos níveis dos rios, a chuva poderá trazer outro desdobramento. Como a rede pluvial está inundada em Porto Alegre devido as águas do Guaíba e por rios das cidades no entorno, a água da chuva não irá escoar e não será absorvida pela macrodrenagem, situação, inclusive, já notada na capital do estado com o retorno da água às vias públicas a partir de bueiros e bocas de lobo.
Apesar da melhora em parte do RS, algumas localidades devem seguir por dias ou semanas sob condições graves. A MetSul reforça que enchentes como a que está sendo sentida no estado, representam consequências de longo prazo.