- Sistema de cogestão foi mantido pelo governo estadual.
- Restrição geral de atividades será ampliado e passa a ocorrer entre às 20h e às 5h, até a próxima segunda-feira (1/3).
- Educação Infantil e 1º e 2º anos do Ensino Fundamental estão autorizados a ter aulas presenciais na bandeira preta.
- Governador reforçou que os leitos livres de UTI no estado reduziram quase a metade em poucas semanas, e afirmou que o vírus tem parecido mais agressivo no contágio.
- Secretária Estadual de Saúde, Arita Bergmann, definiu a situação como “assustadora”.
Estado – Em transmissão ao vivo na tarde desta segunda-feira (22), o governador Eduardo Leite anunciou as novas medidas para combater a pandemia no Rio Grande do Sul. O sistema de cogestão – que permite aos municípios adotarem protocolos da bandeira inferior àquela definida pelo governo do Estado (ou seja, regiões em bandeira preta, por exemplo, podem adotar regras equivalentes à bandeira vermelha) – foi mantido pelo governo estadual. Além disso, a restrição geral de atividades, anunciada na sexta-feira (19), foi ampliada, para compensar a manutenção da cogestão: o horário passa a ser das 20h às 5h. A restrição é válida a partir desta terça-feira (23), e se estende até, pelo menos, a próxima segunda-feira (1/3).
Além destas definições, o governador anunciou que as regiões em bandeira preta poderão ter aulas presenciais da Educação Infantil e nos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. “O primeiro ano por ser um ano de alfabetização dos alunos, e o segundo por ser os alunos que estavam no primeiro ano passado, e tiveram sua alfabetização prejudicada”, explicou. As salas deverão manter limite de ocupação e as demais regras estabelecidas para o retorno das atividades. Segundo Leite, não há perspectiva de retorno presencial das demais categorias de ensino.
O governador Leite afirmou que demandou às regiões que apresentem um planejamento de ampliação da fiscalização dos protocolos estabelecidos. “É importante que as regras estabelecidas de ocupação sejam observadas, e é importante, para isso, que haja fiscalização rigorosa, e que se puna de forma exemplar aqueles que não cumprem os protocolos estabelecidos no nosso modelo do distanciamento controlado, qualquer seja a regra vigorando no município”, reforçou.
A definição pelas medidas anunciadas ocorreu após reunião do Gabinete de Crise do estado, que se reuniu nesta segunda com representantes dos municípios, para avaliar justamente as medidas que seriam adotadas para combater o esgotamento do sistema de saúde, mas, por pedido principalmente dos prefeitos, possibilitar as atividades consideradas não-essenciais, como o comércio.
Situação da saúde foi classificada como “assustadora”
O governador Leite também fez um apelo aos prefeitos e cidadãos gaúchos, pedindo o máximo de cuidado possível. “Mesmo que nós tenhamos permitido que a cogestão aconteça, é importante novamente fazer um apelo aos prefeitos, municípios e todos os cidadãos. Que adotem, que cumpram as medidas mais restritivas o possível dentro da sua realidade. Porque o vírus é uma ameaça real. O que estamos observando no momento é diferente do que observamos nos momentos passados. O vírus tem parecido mais agressivo, com pessoas mais jovens, temos observado uma disseminação mais rápida, um contágio maior, e o risco de falta de atendimento é real. Estamos ampliando leitos, num grande esforço para isso, mas a velocidade com que nós conseguimos fazer esse último esforço não acompanha a velocidade que o vírus tem apresentado no contágio. Até o final de janeiro, tínhamos cerca de 600 leitos livres no estado, e agora são pouco mais de 300, caiu quase a metade em poucas semanas”, declarou.
Na live, Leite reforçou que as taxas de internações em leitos Covid e UTIs estão em níveis alarmantes, e que estamos vivendo o auge da crise e da pandemia. “A taxa de ocupação das UTIs chega a 86%. É o maior nível de ocupação que a gente registra desde que iniciou a pandemia, mesmo que tenhamos ampliado fortemente nossa estrutura. Eram 933 leitos e hoje são mais de 2 mil leitos”, afirmou.
A secretária de saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, afirmou que a situação da saúde no estado é “assustadora”. “A rapidez com que as pessoas evoluem para a necessidade de um leito é o que mais nos assusta. Estávamos com fila de espera de oito, 10 pessoas entre leito e UTI, e, de uma hora para a outra, essa fila aumentou uma grandiosidade, principalmente em pacientes que aguardam leito de UTI. Temos conseguindo fazer o manejo, estamos trabalhando muito, abrindo novas leitos, mas a velocidade é o que nos deixa mais preocupados nesse momento. Se puderem, fiquem em casa, pois a circulação é o que transmite o vírus”, alertou Arita.