Campo Bom – Uma ação do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) resultou na prisão de uma mulher com R$ 71 mil dentro de um cofre no bairro Imigrante Sul, em Campo Bom. A casa pertence a um agiota que integra uma facção criminosa. Além do dinheiro, foram apreendidas diversas notas promissórias e munições.
Conforme o delegado Guilherme Dill, durante investigação de combate ao tráfico “se verificou que um criminoso estaria emprestando dinheiro oriundo do tráfico de drogas e ganhando com os juros. O dinheiro, que era lucro dos juros do empréstimo, servia para abastecer o grupo criminoso na compra de drogas, armas, veículos e imóveis”, disse ele.
AMEAÇAS COM ARMAS E NOTAS PROMISSÓRIAS
A utilização de ameaças e armas de fogo era rotineira na cobrança dos empréstimos. Para garantir a comprovação e cobrança posterior, também havia uso de notas promissórias.
Diante da investigação, a Polícia Civil solicitou ordem judicial ao Poder Judiciário para apreender objetos na residência do investigado. O alvo principal não se encontrava na residência e a suspeita é de que a arma de fogo estivesse em posse dele.
Na residência, dentro de um cofre, foram encontrados os valores monetários, somando R$ 71 mil, além das diversas notas promissórias. O material será analisado minuciosamente em conjunto com a delegacia de lavagem de dinheiro do Denarc para prosseguimento das investigações.
BUSCAS PELO AGIOTA DA FACÇÃO
Diversas diligências foram efetuadas para encontrar o agiota entre sexta-feira (14) e a manhã desta terça-feria (18), mas ele não foi localizado. “Essa ação integra a linha do que a Polícia Civil pretende, que é a descapitalização do crime organizado e efetuar grandes apreensões, inclusive retirando armas de fogo de circulação”, disse o delegado, citando, ainda, que “a utilização de dinheiro decorrente do tráfico de drogas para efetuar empréstimos e funcionar como agiotas dentro da sociedade está cada vez mais comum nos grupos criminosos. Trata-se de mais uma forma de lavagem de capitais, bem como utilização do dinheiro ilícito como proveito do crime”.