Região – Em apenas cinco meses, o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), atingiu a surpreendente marca de 660kg de drogas apreendidas em três cidades de circulação do Grupo Repercussão. A mais expressiva ocorreu no mês de abril, em Araricá, quando a equipe descobriu um depósito e localizou 300kg de drogas, sendo quase 100kg de crack – foi a maior apreensão do entorpecente na história da Polícia Civil no Rio Grande do Sul. O prejuízo para a facção criminoso foi estimado em R$ 10 milhões. A ação ocorreu em um sítio na zona rural do município, que funcionava como ponto de depósito e distribuição da droga, que vinha de países da América do Sul. Do local, os entorpecentes eram levadas para todo o Rio Grande do Sul.
Já em Sapiranga, no mês de junho, foram apreendidos 200kg de maconha em um grande depósito. Meses depois, em setembro, foram mais 30kg em um endereço da facção, descoberto no Centro.
Na sexta-feira (27), agentes do Denarc, em nova ação, localizaram outro depósito em Parobé, no Vale do Paranhana, com 130kg de crack e cocaína. Um homem foi preso em flagrante e a investigação segue em andamento.
Resultado maior
O delegado da 3ª DIN do Denarc, Gabriel Borges, que comandou a maioria das operações, valoriza o trabalho. “Realmente, foram dezenas de trabalhos na região do Vale do Sinos e arredores. Há investigações que duram de um a três meses. O Denarc se preocupa em alcançar o resultado maior, esperamos o momento certo, a grande distribuição de entorpecentes e de armas”, disse ele, incentivando a denúncia para o telefone 0800-518-518.
“Local de grande armazenamento e distribuição”
O grande volume de apreensões está diretamente ligado ao Vale do Sinos por se tratar de uma região considerada o berço de uma das maiores facções do Brasil. “As maiores lideranças dessa organização criminosa são oriundas, residem ou têm vínculos muito fortes nessa região, então, isso não consegue afastar o contexto da narcotraficância, pelo contrário, aproxima”, destaca o delegado Gabriel. Por esse histórico, a região do Sinos tem sido prioridade de atuação do Denarc. “Não é que o consumo é feito nessas regiões, tem também, mas aí é local de grande armazenamento e distribuição para todo o Estado do Rio Grande do Sul, assim como fora dele. O Denarc tem como função prender grandes lideranças, de alcançar grandes depósitos de entorpecentes, por isso, concentramos a nossa força de atuação nessas regiões. Não é que outras regiões estão descobertas, mas como o grande e maior fluxo está aí, nós precisamos concentrar as ações nessas cidades”, explicou o delegado.
As grandes ações não ocorrem por acaso, “nós realmente sabemos que o eixo do entorpecente no seu grande volume está no Vale do Sinos e, por isso, concentramos o trabalho investigativo nessa região”, completou o delegado Gabriel.
Delegado capturou o líder da facção em restaurante de São Paulo
No mês de julho, a equipe do delegado Gabriel conseguiu capturar o líder de uma das principais facções criminosas do Rio Grande do Sul, o campo-bonense Marizan de Freitas, 35 anos. Ele foi preso dentro de um restaurante de luxo em São Paulo. Marizan havia recebido o direito a prisão domiciliar humanitária, pois precisava passar por um procedimento cirúrgico na perna. No entanto, antes da cirurgia, ele fugiu, com a proteção de uma facção paulista, tanto para ficar em São Paulo quanto para planejar a fuga do Brasil. Marizan estaria planejando se refugiar no Peru.