As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) revelam que nos primeiros 90 dias de 2014, as quadrilhas especializadas no furto e roubo de veículos deixaram a pé mais de 113 vítimas. O município que lidera esta triste estatística é Campo Bom. Nestes primeiros 90 dias do ano, os integrantes destas facções levaram 67 veículos: é como se a cada três dias um veículo fosse levado pelos bandidos.
Este tipo de crime fica mais evidente durante os finais de semana, momento em que ocorre a maioria dos casos. Em uma das situações de violência de bandidos contra os moradores de Campo Bom, uma mulher que estava com duas crianças (uma de 9 e outra de 12 anos dentro do carro) foi rendida por integrantes destas quadrilhas especializadas no furto e roubo de veículos. Ela deixou o bairro Imigrante em direção ao bairro Jardim do Sol, quando foi abordada por homens armados, que pediram para descer do carro, sem fazer barulho. No roubo, o celular da vítima acabou ficando dentro do carro.
Foi aí que uma prática que se tornou comum em casos de roubo também foi adotada com a moradora do bairro Imigrante. De posse do celular dela, integrantes da quadrilha ligaram para o proprietário do veículo (um Astra), pedindo o popular resgate. Seguindo orientações da própria Polícia Civil e da Brigada Militar, as vítimas não aceitaram negociar e o carro acabou abandonado no bairro Canudos.
Os tentáculos do crime organizado
A Polícia Civil de Campo Bom e Sapiranga, explicam que estas quadrilhas possuem seus centros de comandos nos municípios de Novo Hamburgo e São Leopoldo. “Há diversas pessoas envolvidas e eles preferem veículos entre os anos 2000 e 2005 e que não possuem seguro”, relata um dos investigadores da Polícia Civil de Campo Bom.
Divisões do mundo do crime
Negociador: responsável em ligar para a vítima e negociar o resgate.
Guardador: tem a missão de deixar o carro `esfriar’ para posterior venda.
Mula: é a pessoa designada pelo negociador a buscar o dinheiro do resgate.