A área particular que abrigava o Aeroclube de Sapiranga e que foi invadida anos atrás segue sendo preocupação para moradores das proximidades. Os proprietários reclamam do aumento da criminalidade e,também, do furto de energia elétrica por parte dos invasores.
Em busca de solução para alguns dos problemas, moradores acionaram o Ministério Público na tentativa de garantir segurança para as propriedades e também o fim dos furtos de energia elétrica.
O assunto deve ganhar novos desdobramentos nos próximos dias com encontros entre os órgãos oficiais da cidade. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Sapiranga.
Morador se reúne com ministério público
Um destes moradores, que prefere manter o sigilo do nome, se reuniu nessa semana com o promotor da cidade. “Relatei o que já constava na denúncia. Acrescentei quem é considerado líder das invasões, que moram na primeira área, aquela depois da ponte do arroio Sapiranga do lado esquerdo no sentido centro/bairro. Além do furto de energia, relatei o aumento de furtos nas casas dos moradores.
No encontro realizado no Ministério Público, o morador informou que o promotor pretende buscar mais informações sobre o caso. “O promotor ficou de marcar outra audiência para essa semana, com a prefeitura, Polícia Civil, Brigada Militar e RGE. Disse também que pretende notificar a RGE para pedir explicações sobre o cancelamento das minhas reclamações e do não desligamento dos ‘gatos’”, informou.
Conta de luz de R$ 10 mil
Além do aumento da criminalidade, com furtos nas propriedades, os moradores enfrentam problemas com os chamados “gatos de luz”. “Ali (área invadida) é tudo gato de luz e as contas começaram a subir. Eu cheguei a contratar duas empresas para revisão de toda a parte elétrica da minha propriedade e não acharam nada de errado e alegaram que são os gatos de luz. Um vizinho recebeu conta de R$ 1 mil e agora veio de R$ 10 mil. Ele chegou a ver o pessoal fazendo gato na rede dele e conseguiu contornar. Os vizinhos não sabem mais o que fazer”, detalha o morador.
Prefeitura se manifesta
Por meio da procuradora, Mirian Monteiro, o município informou que não pode fazer intervenções em uma área particular. “Trata-se de uma área privada. A Administração Municipal não tem legitimidade para retirar os moradores de lá”, sustentou a procuradora.
Atuação da RGE
A reportagem questionou a RGE sobre as reclamações dos moradores. A empresa informou que está verificando a situação no local. A RGE reforça que, juntamente com o poder público e as forças de segurança do Estado, age de forma a inibir a incidência desta prática ilegal, além de utilizar tecnologias de blindagem de forma a dificultar o furto de energia.
Fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal com penas que podem chegar a até quatro anos de prisão. Após confirmado o furto, a RGE realiza os cálculos e estima a quantidade de energia furtada, ou seja, o que foi consumido pelo estabelecimento e que deixou de ser pago à distribuidora. Desta forma, a companhia pode fazer a cobrança retroativa dos valores. Outra consequência das fraudes e furtos é a piora na qualidade do serviço de distribuição de energia, uma vez que as ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas.
Clientes da RGE podem contribuir de forma sigilosa, para o combate às irregularidades por meio dos canais disponibilizados pela concessionária. Denúncias podem ser realizadas pelo aplicativo “CPFL Energia”, disponível para todas as plataformas de dispositivos móveis, pelo site www.cpfl.com.br/denuncia-de-furto-de-energia, ou pelo e-mail denunciafraude@cpfl.com.br.