A pós uma longa espera, , ex-funcionários de três empresas de calçados da região que decretaram falência e não receberam seus direitos trabalhistas à época do encerramento das atividades das calçadistas, já podem receber parte dos valores. Recentemente, a Justiça liberou recursos das massas falidas das empresas Calçados Fandreis, de Sapiranga; Calçados Scaly, de Nova Hartz; e Calçados Diana, de Araricá.
Para receber os valores, no caso de ajuizamento individual, é preciso fazer contato com o advogado responsável pela causa. Já os ex-funcionários que fizeram ajuizamento coletivo através do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga, já podem procurar a entidade para também terem acesso a parte dos recursos que devem receber. “Nosso ajuizamento foi em relação a massa falida da Calçados Fandreis. Em relação a essa empresa, foram liberados em torno de 8% dos valores ao que os trabalhadores têm direito”, informa o presidente do sindicato, Júlio Cavalheiro. Como o sindicato não é responsável pelos ajuizamentos dos casos das massas falidas Sclay e Diana, o presidente não tem conhecimento do percentual ao que os ex-funcionários tem direito.
Para buscar mais informações sobre os casos e como ter acesso aos recursos, os ex-colaboradores das três indústrias podem buscar auxílio no sindicato pelos telefones de contato são (51) 99656-6955 e (51) 99656-6954, ou diretamente na sede da entidade na rua Assis Brasil, 205, no Centro de Sapiranga.
Mudança na legislação
O presidente do sindicato comemora a liberação de recursos aos ex-funcionários, mas defende uma mudança na legislação que beneficie os trabalhadores em casos semelhantes. “Por menos que recebam é uma vitória para os trabalhadores, mas para nós seria muito importante que as leis fossem alteradas e, em casos como esses, os primeiros a receberem fossem os trabalhadores”, cita Cavalheiro em referência a legislação atual que prevê primeiro a quitação com credores como bancos.
“Estamos decepcionados”
Atualmente trabalhando como motorista, Francisco Dapper, 50 anos, era classificador de couro na Calçados Fandreis. Há 15 anos esperando a liberação dos recursos, ele estava na expectativa de receber um valor maior do que o liberado aos funcionários. “Estamos decepcionados. Esperávamos receber pelo menos 50% dos valores”, queixa-se Dapper. “Só recebi 8% e o restante sem previsão”, acrescenta.