Campo Bom – Metade de uma vida dedicada a Campo Bom. Este é o relato de Ildefonso Oliveira, uma figura histórica da cidade e da região, que topou conversar com a equipe do Grupo Repercussão para contar sua história.
Nascido em 1950, na cidade de Taquara, Seu Fonso, como prefere ser chamado, se mudou para Novo Hamburgo ainda criança. Lá, definiu que queria “fazer algo”, como ele mesmo descreve, admitindo o pouco interesse na teoria por trás das atividades.
Em sua caminhada, desempenhou um papel importante em fábricas de calçado. Então um ótimo profissional do setor de corte, onde o retorno financeiro já foi conforme a produção, justamente o destaque de Fonso, ele decidiu inovar na profissão, ao menos, naquilo que desempenhava.
Foi aí que a função de “modelista” surgiu na vida de Ildefonso, que passou a ser referência no cargo, passando por empresas como Calçados Catito e Michel Meynard. O aprendizado foi árduo, mas com muito empenho, ele dominou as técnicas do setor. Durante esta caminhada, em 1977, a mudança definitiva para Campo Bom o ajudou a criar raízes e constituir uma família.
Amor sobre rodas…
Casado, pai e avó, a paixão de Seu Fonso, outrora direcionada ao trabalho, e firme com sua família, é, também, de aspecto atrativo nos locais onde passa. O motivo é o gosto por carros, algo que o taquarense de nascença e campo-bonense de coração desenvolveu ao longo da vida e cultivou com o passar do tempo.
A coleção já perdeu uma peça importante, uma lambreta que foi deixada pelo caminho a pedidos do pai. De todo modo, as relíquias que Seu Fonso ainda guarda são dignas de admiração.
O maior dos “possantes” veio em 1988, fabricada em 1985 e com 20 mil km rodados. Trata-se de uma caminhoneta F-1000, adquirida pelo “gearhead”, em português, apaixonado por carros. “Sempre gostei de carro antigo; sempre me chamou a atenção. Só que, antes de me aposentar, eu não tinha tempo para curtir isso e nem para fazer (cuidar), digamos assim, um carro”, explica Fonso.
Relíquias e proposta de venda
A coleção aumentou em 2007, quando Ildefonso comprou, do tio de sua esposa, uma Variant de 1971. Apesar de gremista, a cor vermelha do veículo foi um atrativo ao comprador, que ainda modelou o veículo para o deixar da maneira que desejava.
O “caçula” é o mais potente: um Ford Maverick de 1975, com 6 cilindros. O “Maverickão” amarelo foi adquirido em 2012 e requereu alguns trabalhos, mas assim como os outros, é o principal hobbie de Fonso, que afirma: “já me perguntaram se eu vendia, mas nunca deixei fazer a proposta”.