Sapiranga – Diversão, afastamento dos problemas, saúde e muito mais. Estes são alguns dos benefícios que podem ser notados a partir da prática de um esporte, e é exatamente essa a proposta de Rodrigo Soares, professor de Educação Física em Sapiranga e Senpai de Jiu-Jitsu no Projeto Alavanca.
Perto de completar um ano de atividades, a ação social já se faz valer, como Rodrigo mesmo descreve, pela participação e engajamento dos alunos. “Eles têm compromisso. Toda semana tem dois, três (novos) querendo entrar. Aí digo que não tem como, não cabe mais”, cita ele, reforçando o peso do projeto realizado no bairro Voo Livre, em Sapiranga.
A participação em campeonatos e o reconhecimento do talento através de medalhas e troféus é parte da vida de um atleta, mesmo que jovem e iniciante, como é o caso dos alunos da Alavanca. Mas para além disso, o projeto trabalha a disciplina e o comportamento.
“Principalmente o comportamento, disciplina. Eles são bem dedicados, os maiores já ajudam (na manutenção do espaço)”, explica Rodrigo, sobre a postura exigida junto aos alunos. As aulas acontecem em um salão utilizado por moradores do bairro, de forma gratuita, e os atletas também são responsáveis por manter a organização do espaço.
Aulas e os destaques
As aulas acontecem nas terças, quartas e sextas, das 18h às 19h e das 19h às 20. Participam, em cada um dos horários, alunos de 6 a 11 anos, que formam o grupo Kids, e dos 12 aos 16 anos, os Teens.
Os alunos já competem quando ocorre a ajuda de custos e a alegria também motiva a seguir dando aulas, conforme Rodrigo. Inclusive, os atletas que mais se destacam são levados para outras academias da cidade, para seguir firme no esporte e nunca esquecer da disciplina.
Perdas da vida criaram o alavanca
A escolha do esporte, conforme Rodrigo, foi por acaso, em um momento da vida em que o próprio utilizou da modalidade que havia recém conhecido como uma fuga dos problemas. “Eu tinha um sobrinho que em 2019 foi morto por envolvimento com drogas. Depois que ele morreu, fiquei mal e pensei em fazer algo. Essa foi minha principal motivação”, cita ele, que desde então não largou mais a arte marcial e decidiu, em maio de 2023, espalhar os conceitos trabalhados no tatame para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Criação de ONG é o objetivo
As maiores dificuldades enfrentadas hoje pelo professor são as de espaço e material para execução das aulas. Tanto os Kimonos (roupas) utilizados pelos alunos, como os tatames, são frutos de doação. Mas, a cada semana, surgem novos interessados e para colocar o projeto à frente é necessário a consolidação do Alavanca em forma de Organização Não Governamental (ONG).
Neste sentido, o Senpai revela que já tem um projeto elaborado e está na busca de assinaturas para oficializar o Projeto Alavanca.
Atores do projeto
Rodrigo Soares, Senpai. “O Alavanca é um projeto social de Jiu-Jitsu que procura, através do esporte, ajudar crianças e adolescentes a encontrarem algum sentido na vida, alguma forma de se concentrar em alguma coisa, ter uma meta e afastá-los do que está em volta”.
Wesley Flores, aluno do Alavanca. “O professor (Rodrigo) apareceu dando Educação Física (na escola), estávamos falando sobre lutas, ele mostrou (o Projeto) e começamos a fazer Jiu-Jitsu. Viemos para o projeto, começamos a treinar e fomos para os campeonatos”.