Inclusão social | Projeto desenvolve coordenação motora e inteligência de alunos em escolas de Araricá
Araricá – Todas as quartas-feiras, o som do berimbau pode ser ouvido pelo pátio da EMEF Theno Grings, em Araricá. No ginásio da escola, cerca de 20 alunos praticam a capoeira, orientados pelo professor Elias Toio Farias dos Santos. Ao comando de Elias, as crianças trocam de duplas para fazer os movimentos da aula, ou formam o círculo para iniciar a roda de capoeira. “Temos alunos do 2º, 3º, 4º e 5º ano. Nas aulas, sempre procuramos colocar aqueles com menos experiência com os mais experientes, para que um ajude o outro. Aqui na Theno Grings, são cerca de 44 alunos que praticam capoeira”, explica o professor Elias.
Elias, que também dá aulas na EMEF Francisca Isabel – a Nhá Chica -, onde ele tem cerca de cem alunos, pratica capoeira desde os 17 anos. “Sou natural de Bagé, onde comecei a trabalhar com a capoeira. Então fui para Porto Alegre, onde fui desenvolvendo meu trabalho, e aos poucos expandindo a prática para várias cidades, como Sapucaia e Ivoti, até chegar em Araricá. Em parceria com a Secretaria de Educação, temos agora esse projeto, o Projeto Ginga, há uns quatro meses”, ele comenta.
Além de trabalhar a coordenação motora, a capoeira é um instrumento de inclusão social. “Ensinamos uma criança a cuidar da outra, a se preocupar com a integridade da outra. Os alunos também aprendem a ser disciplinados, além de que a prática ajuda a desenvolver a inteligência de cada um”, declara Elias.
A rotina das aulas
O professor Elias conta que toda aula segue uma determinada rotina. “Sempre iniciamos com o aquecimento, depois a prática dos movimentos daquela aula – toda aula tem um objetivo específico – e então fazemos a roda de capoeira”. Na roda, uma dupla de alunos pratica jogos de capoeira, enquanto que os demais cantam e batem palmas. “O canto na capoeira é muito importante, desenvolve o senso de ritmo”, diz Elias.