Faisal Karam – Faisal garante obras no Lauro Réus a partir de abril

JORNAL REPERCUSSÃO – Qual o estágio das melhorias no Hospital Lauro Réus?
Faisal Karam – O processo foi aberto em outubro de 2012 e uma liminar acabou atrasando o seu início. Dentro de 15 dias já teremos definido as empresas que participarão da parte dois, que é da proposta financeira. Até o final de março sai a empresa vencedora que fará a obra. Na pior das hipóteses ela começa em abril.
JORNAL REPERCUSSÃO – Governo federal ou estadual ajudarão?
Faisal Karam – Em um primeiro momento esta iniciativa contará apenas com recursos municipais. Emendas parlamentares para aquisição de equipamentos foram encaminhadas junto aos deputados federais Alceu Moreira (PMDB) e Renato Molling (PP). 
JORNAL REPERCUSSÃO – Há previsão de aumentar o número de equipes do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF)?
Faisal Karam – Hoje temos 10 equipes do ESF. Contamos com um atendimento junto ao SUS de extrema eficiência graças ao trabalho de toda equipe. Mas é necessário avançar mais. Há dificuldades nas especialidades e com o custo do profissional. Há dificuldades para encontrar pediatra e o clínico geral. São especialidades que estão ficando cada vez mais escassas. Um dos caminhos encontrados pelas prefeituras foi a terceirização na área médica. Em um primeiro momento ela sai mais cara, mas ao médio e longo prazo ela se dilui. Sabemos que o profissional hoje trabalha demais. Alguns chegam a enfrentar jornadas de mais de 16 horas por dia. A remuneração deve ser proporcional. Hoje, o peso maior dos custos está com as prefeituras.
JORNAL REPERCUSSÃO – São mínimos os investimentos do Estado e União em Campo Bom. A que fator se deve isso?
Faisal Karam – Isso é uma realidade. O governo federal lança programas e não diz de onde sairão os recursos. 70% do dinheiro destinado à saúde em Campo Bom sai dos cofres do município e o restante vem de transferências governamentais.
JORNAL REPERCUSSÃO – Relatório do Tribunal de Contas do Estado mostra que o município está prestes a atingir a meta de atender 50% das crianças com idade de frequentar creches. De que forma se deu este avanço?
Faisal Karam – Cada criança custa em média 468 reais por mês (União arca com R$ 230 e o município com o restante), com um ensino de qualidade e com cinco refeições por dia. Não dá só para oferecer a uma criança rapadura e farinha como ocorre em outros municípios do país. Aqui a mãe deixa o seu filho pela manhã na escola e só busca ele às 17h30. A iniciativa privada também possui suas obrigações. Os municípios têm abraçado cada vez mais a responsabilidade. Hoje se faz uma escola de alto padrão com 1,2/1,3 milhão de reais. Mas, em manutenção se gasta 770 mil reais por ano entre alimentos e educadores. A cada dois anos de manutenção poderíamos construir outra. Depois de construída ela não fecha mais. O que o governo federal tem feito nos últimos anos é empurrar a responsabilidade para cima dos prefeitos. Em 2013 investiremos 35% do orçamento em educação.
JORNAL REPERCUSSÃO – O município oferece acesso à internet de forma gratuita. Pretende ampliar o número de telecentros em 2013?
Faisal Karam – Está em análise. Gastamos 18 mil reais mensais somente com o fornecimento de sinal. Estudamos como ampliar este projeto para atender uma demanda maior dando mais estabilidade ao usuário. A ideia é avançar.
JORNAL REPERCUSSÃO – Como está o diálogo com a Corsan na área de saneamento? 
Faisal Karam – Renovar com a Corsan nos rendeu dividendos. Um foi o projeto básico de implantação de rede separadora em todo o município. A outra é a retenção de 5% do faturamento de todas as contas do município em um Fundo Especial que só pode ser movimentado com a autorização do Conselho de Meio Ambiente e mais o Conselho Gestor do Fundo que deve ser destinado, exclusivamente, para o tratamento de esgoto. Através do Plano Gerencial da Bacia, elaborado através de consórcio pelo Pró-Sinos, se buscará financiamento em instituições bancárias internacionais. Nada adianta tratar em Campo Bom e o município abaixo não. Atualmente há uma centralização de recursos em Brasília. Isso ficou muito claro para onde foi o dinheiro nos últimos anos. A maioria foi para os prefeitos que possuem vínculos com o governo.
JORNAL REPERCUSSÃO – Como driblar esta situação?
Faisal Karam – Via Pró-Sinos e recursos da Prefeitura iniciaremos o tratamento de esgoto. Talvez por bacias isoladas ou regiões. O José Orth (secretário de Meio Ambiente) tem o compromisso de buscar alternativas. Seja com recursos do fundo (que está na ordem dos R$ 6 milhões, mas estudo aponta a necessidade de 96 milhões) ou de buscar alternativas que a Fepam permita. A planta (que filtra as impurezas da água) é uma alternativa. Discutimos internamente esta questão. É de extrema importância ainda que os novos empreendimentos instalem filtro e fossa. Para os cidadãos que não possuem este método, talvez se crie um programa de incentivo com desconto no imposto. Esta proposta poderá ser enviada para a análise da Câmara ainda em 2013.
JORNAL REPERCUSSÃO – Recentemente o aterro sanitário na usina de reciclagem foi readequado. Como foi o processo?
Faisal Karam – Nossa Usina completará 18 anos. Campo Bom é um dos únicos municípios que recolhe o seu lixo, recicla e dá a destinação final. Não mandamos o lixo para outros municípios. Isso cria um passivo enorme. Tu pagas para recolher, para reciclar e para levar embora. No final são três custos. Hoje temos o custo do recolhimento e da reciclagem. O resíduo final vai para a vala do aterro sanitário. Executamos mais uma no local que terá vida útil de 15 anos e permite receber entre 30 a 45 de toneladas de lixo por dia sem precisar contaminar os municípios vizinhos e nem gastar com isso.
JORNAL REPERCUSSÃO – Haverá mudanças na coleta domiciliar? E a parceria com a Coolabore?
Faisal Karam – A Coolabore nasceu aqui. Hoje, são 35 famílias que trabalham no local. Até a metade do ano voltaremos a contar com a coleta seletiva na cidade. Vamos expandir para todos os bairros com o tempo. Isso ajudará na vida útil da vala e também os catadores. 
JORNAL REPERCUSSÃO – A segurança é de responsabilidade do Estado. Há previsão de instalação de novas câmeras de monitoramento?
Faisal Karam – Continuaremos repassando recursos para o Consepro e espero que o Comando da Brigada Militar não deixe de lado o projeto do policiamento comunitário. O projeto piloto prevê núcleos no Operário e Quatro Colônias. A Prefeitura paga o aluguel de quatro moradias e os soldados moram com as famílias no bairro estabelecido.    
JORNAL REPERCUSSÃO -A obra da escola no bairro Morada do Sol será entregue ainda este mês?
Faisal Karam – Está praticamente concluída. Talvez, depois do Carnaval. É uma escola grande, muito bonita e vai atender o Quatro Colônias, que é para onde a cidade tem crescido.