Campo Bom – Conforme relatório da auditoria feita pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre o ocorrido em 19 de março, quando seis pacientes internados com Covid-19 morreram no Hospital Lauro Reus, em Campo Bom, a casa de saúde ficou sem oxigênio no tanque principal. Além disso, o sistema de backup, que são as baterias de oxigênio reservas, demorou a funcionar. Os dados da conclusão da SES foram divulgados nesta segunda-feira na imprensa estadual.
Ainda conforme apurado pela sindicância, o problema no Hospital Lauro Reus foi “multifatorial”, ou seja, mais de um fator contribuiu para que o tanque de ar esvaziasse sem ser reposto e para que o sistema de reserva não fosse acionado imediatamente. Entre os apontamentos da sindicância, estão falta de treinamento adequado para agir neste tipo de situação, falha na comunicação interna e não uso do Plano de Operação Padrão para casos de emergência.
O registro no sistema de telemetria aponta que o nível de ar do tanque principal caiu abaixo de 30% no dia 18 de março (um dia antes), e, conforme os protocolos, quando isso ocorre, é preciso fazer o reabastecimento, o que não aconteceu. Somente depois do incidente na manhã do dia 19, a empresa Air Liquide fez a reposição do tanque principal.
O relatório da Secretaria Estadual de Saúde foi encaminhado ao Ministério Público e à direção do Hospital Lauro Reus, administrada pela Associação Beneficente São Miguel.
EM ANDAMENTO
Também estão em andamento a investigação da Polícia Civil e Ministério Público de Campo Bom, CPI da Câmara de Vereadores e sindicância da prefeitura. O Ministério Público Federal também analisa a gestão do hospital campobonense.