Haja poupança | Há servidores que não recebem vencimentos há 60 dias. Entre as queixas está a falta de diálogo com o governo
Araricá – Sem previsão de receberem os vencimentos das férias e do salário do mês de dezembro de 2016, os servidores públicos municipais ingressaram com uma denúncia, na sexta-feira (3), no Ministério Público (MP), em Sapiranga. Na justificativa do pedido, consta solicitação para que o MP averigue e tome providências legais devido à violação dos direitos constitucionais dos servidores públicos. No protocolo da denúncia consta que os servidores estão sem receber férias dos exercícios de 2015 e 2016, mas todos assinaram aviso de férias em dezembro de 2016.
Para uma servidora do Município (que pediu para ter a identidade preservada), nunca houve uma situação parecida. “De todos os servidores, aqueles que estão mais envolvidos são os professores(as). Atuo há mais de dez anos em Araricá e nunca vi uma situação tão complicada e nenhum prazo de solução é apresentado”, reclama. A servidora revela ainda que entre os argumentos da Prefeitura para o não pagamento dos salários de dezembro de 2016 está a inexistência de dinheiro em caixa. “Não queremos desculpas. Precisamos de solução”, pondera.
Servidores com medo de retaliação
“O pessoal (servidores) ficou com medo de assinar o documento pedindo a investigação do Ministério Público. Os servidores possuem medo de retaliação da Prefeitura. Realmente, os servidores não se mobilizam, tanto é que não existe Sindicato dos Servidores ou dos professores. Agora, isso está em vias de formação. Há muito medo dos servidores de se indisporem com os gestores. Alguns, por estarem em cargos de direção. É uma situação típica de Município pequeno”, avalia a servidora que relatou ainda a dificuldade em obter as assinaturas para apresentar a denúncia no MP.
Empréstimo está cada vez mais distante
O secretário de Administração, César Augusto Ruther, explica que os vencimentos serão pagos aos servidores, assim que houver disponibilidade financeira. “Talvez isso ocorra em março. O relatório contábil da gestão fiscal de 2016 ainda não foi concluído e o estrago foi maior do que imaginávamos. Mas a possibilidade do empréstimo está cada dia mais remota. As dívidas da Prefeitura são muito altas. Estamos sem algumas negativas necessárias para estabelecer convênios com o Governo Federal. Quando obtivermos todas as informações, o prefeito dará um panorama geral” revela.
Quer ler o restante desta notícia? Assine a edição impressa do Jornal Repercussão. Ligue para: (51) 3064-2664