Sapiranga – A Escola de Ensino Fundamental 25 de Julho, na Picada São Jacó, é a mais antiga de Sapiranga. Oficialmente, ela começou a funcionar no mesmo prédio que ainda permanece até hoje no ano de 1953, sendo inaugurada em 13 de março. Antes disso, no entanto, em 1939, as aulas ocorriam em uma casa enxaimel, denominado de Aula Municipal, cujo prédio atualmente foi cedido ao Turismo. “Ela foi erguida pelos imigrantes alemães que vieram morar aqui no Morro. Como haviam muitas crianças, eles criaram essa escola”, conta a diretora e professora titular, Ana Cristina Winter. Na ocasião, Sapiranga ainda era distrito de São Leopoldo, com média de 58 crianças. “O professor vinha a cavalo de São Leopoldo, o que demandava um tempo enorme de deslocamento. Criou-se, então, a necessidade de o professor morar no local. Foi quando se construiu a escola 25 de Julho, que tem a estrutura de uma residência”, relembra a diretora. Inicialmente, a mantenedora era o Estado. Depois de um tempo, se transformou em municipal, no ano de 1997. O nome da escola faz menção ao Dia do Colono, pois ela foi feita para os filhos dos colonos e ficou a homenagem histórica.
Na modalidade multiseriada, há 25 alunos
Atualmente, são 25 alunos matriculados, do Jardim A até o 5ª ano. Há apenas uma sala de aula. Pela manhã, são os alunos do 2º ao 5º anos, que estão alfabetizados e já conseguem acompanhar o ritmo; à tarde, são os pequenos do jardim A e B, 1° ano e um aluno de 2º. “Somos da modalidade multiseriada porque trabalho com essas etapas e todos na mesma sala. Focamos também muito o lúdico, se conhecer, questões que são pré-requisitos para posterior alfabetização, muita música, brincadeira e histórias”. Nas quartas e sextas, há o apoio de outros professores para Inglês, linguagem lógica e, provavelmente, a iniciação desportiva, além de educação física e música.
FAMÍLIA E COMUNIDADE SEMPRE PRESENTES EM TODAS AS ATIVIDADES
Trabalhar na escola 25 de Julho está sendo uma experiência incrível para a diretora e professora titular. A participação das famílias, a valorização delas perante à educação e orgulho que a comunidade sente da escola tem incentivado Ana Cristina. “As famílias são presentes e mobilizadas. E não é somente as famílias dos alunos, mas toda a comunidade local. Quando comecei a trabalhar aqui, fiz uma festinha de São João no salão da comunidade e veio tantas pessoas que nos surpreendeu. Foi muito legal, receptivo. Não esperava tamanha participação e alegria delas. A comunidade gosta da escola, gosta quando tem evento; eles dão um retorno impressionante”, pontuou ela, citando que também “é diferente a valorização aos profissionais. Nos sentimos prestigiados dando aula aqui, as famílias confiam na gente, pedem conselhos. Me sinto um esteio, a confiança que eles e as crianças têm na gente, é uma sensação muito boa. É prazeroso trabalhar. Em escola maior, na cidade, também há valorização, mas aqui é diferente”.
Ana Cristina também cita a beleza da localidade como mais um ponto positivo. “Moro na área urbana e me encanto com as belezas daqui; é uma região linda, inspiradora. Aqui as crianças gostam de brincar na terra, de trator de brinquedo; elas têm jogos e celulares também, mas elas amam a brincadeira na terra, ao ar livre, principalmente o que é da natureza; e isso é muito bom para o desenvolvimento delas”, disse.
Valorizar o trabalho das famílias na lavoura
Além dos ensinamentos da alfabetização, das disciplinas e língua estrangeira, na 25 de Julho também há valorização a aprendizados da vida. Um deles: que as crianças aprendam desde cedo a valorizar o trabalho feito pela grande maioria dos pais da localidade, que é viver do trabalho da agricultura. “A renda da maioria das famílias é da agricultura, basicamente a economia aqui gira nisso, e trabalho muito essa questão, que eles precisam valorizar esse trabalho. As famílias oportunizam emprego, elas são referências na área rural, mas muitas vezes são esquecidas. Incentivamos que eles permaneçam aqui, que dêem sequência ao trabalho que a família está fazendo, que possam incrementar isso estudando e melhorando ainda mais este trabalho da colônia”, conta Ana Cristina.