A professora sapiranguense aposentada Liane Klein, possui uma linda história de dedicação, empenho, esforço e doação as questões ambientais e relacionadas aos canteiros de rosas de Sapiranga. Ao lado do ex-prefeito, Renato Molling, Liane e o então grupo à frente da secretaria de Educação ajudou a estruturar e fundar o Centro Municipal de Estudos Ambientais (Cemeam), no bairro São Jacó. “Recordo que, na época, nos foi oferecido a atual área. Topamos o desafio e estruturamos tudo o que existe nele atualmente”, relembra Liane. Apaixonada por plantas, em especial as rosas, Liane possui vivo em suas memórias o tempo de colegial, quando tinha 15 anos, e era presenteada com rosas pelo namorado, que depois se tornou o seu esposo, de diferentes cores e perfumes. “Ele sempre foi muito romântico. Algumas rosas, que recebi tenho guardadas até hoje”, menciona a professora. Em 1965 ocorreu a primeira escolha de rainha e princesas na Festa das Rosas. “E eu fui a primeira princesa em 1965”, recorda Liane.
Da década de 1960 aos dias atuais, se passaram quase 60 anos, e com eles, Liane reconhece que muita coisa se transformou, e os jardins assimétricos, com muito verde e pedras coloridas, tomaram conta dos delicados e inspiradores canteiros de rosas. Só de ouvir essas histórias já bate um saudosismo gigantesco. Parabéns para quem pôde viver esse período.
Voluntária apaixonada
Das décadas passadas, a professora Liane recorda que os concursos de rosas, inevitavelmente, estimulavam as pessoas a cuidarem de seus jardins, disseminando o cultivo entre as famílias, em canteiros e especialmente em cercados. “Sapiranga possuía muitas casas enfeitadas com rosas, mas atualmente, as casas são enfeitadas com outras plantas e um paisagismo diferente”, observa Liane.
Um dos motivos para essa particularidade, no seu entendimento, talvez recaia sobre o clima e as condições do solo característicos de Sapiranga. “Aqui, o clima e a terra não são favoráveis. O solo é arenoso e o clima é abafado e quente. As condições mais propícias se encontram na região do Morro Ferrabraz”, pondera, lembrando que o polo cultivador de rosas de corte se concentram em Antônio Prado, no Vale do Caí, São Paulo e Recife. “Recordo de artistas que passaram por Sapiranga para ver os canteiros de rosas, hoje ninguém mais passa aqui para ver as rosas”, lamenta a professora, que por décadas fomentou o tema em Sapiranga.
Centro Ambiental
Liane Klein, foi secretária de Educação de Sapiranga, de 1998 a 2004, e logo depois, foi a diretora do Cemeam e permaneceu trabalhando com rosas até 2012. “Nos últimos anos, atuo como parceira do Cemeam e no Jardim Expositor”, destaca Liane.
Jardim Expositor
Mesmo afastada do serviço público, Liane Klein, ainda possui muito interesse e força de vontade em disseminar o cultivo e repassar o seu conhecimento sobre rosas. No Cemeam, no bairro São Jacó, Liane auxiliou a criação de um Jardim Expositor. No local, são cultivadas diferentes espécies de rosas enxertadas para explicar às crianças da rede pública de ensino que as espécies não podem ser chamadas de amarela, vermelha e branca, mas que elas são variedades com nomes, muitos lembrando pessoas, reis e rainhas como: Heidy, Carla, Hebe Camargo, Queen Elizabeth, Suzan, Aspirin, Gran Gala, Satino entre outros nomes latinizados. “Todas essas rosas eram cultivadas em Sapiranga”, cita.
O objetivo do trabalho é resgatar a histórica roseira trepadeira que chamava a atenção nas casas em pergolados, arcos e cercas. E também o resgate das híbridas de chá, que são as rosas que produzem os botões mais bonitos para enfeites e decoração. Eram mais ou menos 30 variedades de híbridas de chá cultivadas nos canteiros públicos e particulares da cidade. “Apesar da vontade e do empenho da direção e funcionários do Cemeam, o Jardim Expositor, como também a produção de rosas por estacas é ainda incipiente. Mas é o Cemeam, o responsável por resgatar espécies e tornar pedagógico a história das rosas”, conclui Liane.