Sapiranga – Um trabalho realizado pela equipe do Centro de Referência no Atendimento à Mulher (CRAM) de Sapiranga tem sido mais uma ferramenta de combate à violência contra a mulher.
Os Grupos Reflexivos de Gênero são formados de homens que possuem uma medida protetiva expedida, em sua maioria, a pedido de uma ex-companheira. O projeto do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) começa pela intimação do homem a participar dos seis encontros do grupo, a ausência dele pode determinar o descumprimento da medida protetiva, portanto, o grupo faz parte da decisão judicial.
Os encontros servem para que os participantes compreendam o que aconteceu, porque estão ali e principalmente, para que a violência (física ou psicológica) não se repita. “É o momento em que a gente trabalha reeducação, a reorganização pessoal, psicológica, social, com um direcionamento. Temos o apoio de uma psicóloga e também o respaldo jurídico, com a participação de um advogado. É uma rede de pessoas envolvidas nesse trabalho”, explica a coordenadora do projeto, a assistente social, Silvia Maciel.
Nesta semana, a terceira turma do Grupo Reflexivo de Gênero em Sapiranga realizou o sexto e último encontro, que aconteceu no Fórum. Inicialmente foram intimados 15 homens, mas o índice de descumprimento da medida, através das faltas nos encontros foi alto neste grupo. “Muitas vezes eles não entendem a importância do que é trabalhado e descumprem. Não viemos aqui para apontar culpa e sim para conhecer a causa e compreender que não deve ser repetido. Mas mesmo com as faltas, se conseguirmos que uma parcela destes homens reflitam e se reeduquem, o objetivo foi alcançado”, comenta Silvia. Uma novidade nesta terceira turma foi a entrega de um certificado de participação, a assistente social destacou que não se trata de um comprovante, ou mesmo um ‘diploma’. “Fizemos o certificado para que eles levem algo físico também, para quando sentirem algo diferente possam olhar para este papel e lembrar do que discutimos aqui. É uma prova pessoal deste período em que refletiram sobre as antigas atitudes”, destaca a assistente social.
O Poder Judiciário do RS desenvolve o projeto dos Grupos Reflexivos de Gênero desde 2011. Em Sapiranga o projeto começou em 2022 e a equipe está auxiliando a implantação dos grupos em outras cidades como Canela, Campo Bom e Esteio.
Por Prefeitura de Sapiranga