A taxa básica de juros, chamada de Selic, vem baixando e chegou a 6% ao ano. De acordo com a economista e professora da Feevale, Lisiane Fonseca da Silva. “Uma taxa de juros mais baixa poderá estimular o consumo, principalmente, aquele que depende de crédito e financiamento”,explica. O professor e vice-diretor administrativo financeiro da Faccat, Sérgio Nicolay, aponta isso como excelente para produção e captação de recursos, mas se mostra um problema para quem quer investir.
Nicolay destaca que para aplicações de baixos valores vale a pena investir na poupança por conta da isenção de imposto de renda e segurança. “Além disso, pode estimular as pessoas a guardarem mensalmente pequenas quantias”, defende.
Contudo, tanto Nicolay, quanto Tiago Baldissera, assessor de negócios do Sicredi, defendem. “O segredo é a diversificação, para quem tem menores valores poder buscar alternativas”, fala Tiago. Ele explica ainda. “Buscar outros títulos, fundos de investimento, um perfil pouquinho mais agressivo pra fazer uma composição”, e complementa, “então posso ter um pouco em poupança e um pouco em fundo para buscar melhorar rentabilidade”, esclarece o assessor de negócios.
Outro ponto levantado por ambos é saber definir o objetivo do investidor. “É importante buscar qual é o objetivo da pessoa, porque às vezes, as pessoas tem o objetivo de guardar dinheiro para trocar de carro. Eu não posso correr o risco de guardar, por exemplo, dez mil reais, e na hora de comprar o carro eu ter R$9.900,00, porque eu coloquei em uma aplicação financeira que tinha risco e eu perdi dinheiro”, disse Tiago.
Investimentos pré-fixados
Quanto a escolha entre títulos com valores pré-fixados (já sabe na hora da contratação o valor a ser retirado no vencimento do título) ou pós-fixados (o valor segue as variações das taxas, sendo possível saber o valor de resgate apenas no vencimento), Tiago indica. “A gente tem um cenário de baixa da taxa de juros, então o mercado já precifica [a rentabilidade mais baixa]. Se tu conseguir negociar bem, agora era hora de conseguir um pré-fixado, porque tu tem o horizonte que ela vai baixar ainda mais”, argumenta.
Atenção com as taxas e com a Selic, que tende a baixar
Com a redução de 0,5 ponto percentual, que levou a taxa básica de juros (Selic) a 6% ao ano na semana passada, analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para a taxa no final de 2019. A expectativa passou de 5,5% ao ano para 5,25% ao ano.
Lisiane, então, alerta para ter cuidado com as taxas de administração de cada título. “É importante observar as taxas de administração de alguns investimentos, como o tesouro direto, pois o custo com estas taxas, mais impostos e inflação poderão gerar ganhos menores e até perdas se comparados a outros investimentos mais ‘tradicionais’”, explica.
A dica, então, é diversificar os tipos de investimento, se utilizando de títulos mais seguros e fundos um pouco mais arriscados, negociar bem as taxas de administração e rentabilidade, e saber que, mesmo rendendo pouco, a poupança ainda é uma forma segura de poupar e investir.
Eles avaliam
Sérgio Nicolay, professor e vice-diretor financeiro da Faccat – “Para o pequeno poupador, o melhor investimento é a Poupança, pois possui liquidez imediata. No entanto, poupadores com maiores disponibilidades financeiras, com valores mínimos iniciais de R$ 1.000,00, sugiro diversificar as aplicações”
Lisiane Fonseca da Silva, economista e professora da Feevale. – “Os investimentos com renda fixa continuarão a ser uma opção para os investidores mais conservadores, que tem aversão ao risco, mas é importante destacar que poderão ter sua rentabilidade reduzida”.