Em cartaz, o potencial artístico da cidade de Sapiranga

Símbolo | Criticado em sua inaguração, o Centro de Cultura hoje representa a prática da arte na cidade 

“Entendo que Sapiranga é um município que possui várias linguagens artísticas”. Essa é a visão do diretor de Cultura de Sapiranga, Fabiano Silveira. Segundo o diretor, a cidade se caracteriza por ser um lugar onde várias expressões artísticas podem ser encontradas, tanto na música, quanto na dança ou no teatro. Ele destaca que encontramos artistas na cidade que não se ocupam com apenas uma atividade. “Às vezes tu encontra um músico que dança, ou que atua. Acho que é uma característica bem sapiranguense”, comenta.
Para Fabiano, o Centro de Cultura tem um papel muito importante no desenvolvimento das artes na cidade. “Vejo o Centro de Cultura como um símbolo das linguagens do município”, explica o diretor. Fabiano conta que fez um resgate de cartazes de espetáculos que passaram pelo Centro – cartazes que continuam expostos no espaço – como um registro de sua história.
O diretor ainda lembra um fato curioso sobre o Centro de Cultura. “Quando a casa foi construída, por ser algo novo, não se acreditava nela. Ela recebeu muitas críticas. Depois de duas décadas se percebeu a grandeza do espaço”. A importância dada ao espaço é a mesma que o diretor sugere à expressão artística da população. “Precisamos sensibilizar as pessoas de que elas precisam se sensibilizar”, diz.
Expressar e divulgar a arte é uma necessidade
O diretor de Cultura e também professor de Artes conta que costuma questionar aos alunos, “A arte é um luxo, ou uma necessidade?”. De acordo com Fabiano, as respostas variam. “Mas a verdade é que ela é uma necessidade”, afirma. Tão importante quanto a expressão artística é a divulgação do trabalho dos artistas, que é algo em que o diretor se empenha. Como exemplo, ele cita os feitos do Grupo de Balé Folclórico Origens, que é desconhecido do público. Fabiano expõe no Centro de Cultura os prêmios do Balé, normalmente artesanatos típicos dos lugares que visitam. “Eu fico surpreso, às vezes, com professores que trazem as turmas aqui no Centro de Cultura e não conhecem o trabalho do Balé Origens”, comenta Fabiano.  
Organizando o Grupo de Teatro Municipal
Quando o assunto é a prática do teatro no município, Fabiano é categórico. “Sempre houve uma resistência por parte do município”, sentencia. Para mudar isso, o diretor comenta que em 2013 abriu uma oficina de teatro, em caráter experimental, que esteve na ativa até o ano passado. “Queremos retomar a oficina. Provavelmente, vai ser enviado um projeto de lei para que se oficialize o grupo municipal de teatro”. Segundo Fabiano, a oficina deve retornar na metade do mês de abril.
Para o diretor, formar o grupo municipal de teatro através do projeto de lei é de suma importância, pois as artes cênicas são cruciais para a humanidade, que desde a pré-história tinha necessidade de se expressar através da arte. “As artes cênicas também servem para alegrar a população, com a comédia. Mas as tragédias eram abordadas para a população refletir sobre aquilo. Há uma função de reflexão, de transformação e mudança do comportamento da sociedade”, opina o diretor.