Região – É isso mesmo, caro leitor. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), na contramão dos anseios dos prefeitos (a) dos Vales do Sinos e Paranhana, anunciou ao Grupo Repercussão qual é a sua prioridade para os próximos meses no eixo da RS-239, de Novo Hamburgo a Riozinho: trocar o asfalto bom por asfalto novo!
Existem trechos, realmente, que apresentam rachaduras ou buracos (caso do ponto em frente ao Restaurante Come Bem, em Sapiranga/sentido Sapiranga-Campo Bom) e em frente da antiga empresa Amazonas (no mesmo sentido, mas na região de Campo Bom, próximo da Vila Brito).
Acontece que existe uma série de outras prioridades no entendimento das prefeituras e, entre estas urgências, não consta solicitações dos prefeitos para a troca do asfalto de toda a extensão da RS-239.
O Grupo Repercussão apresentou esta situação ao secretário de Planejamento, Habitação, Segurança e Mobilidade, Carlos Maurício Regla, que não escondeu a sua decepção e frustração com a notícia. “Com tantas solicitações que fizemos, desde 2013, fora em gestões passadas. Por diversas vezes, solicitamos as vias laterais do trecho entre o viaduto do bairro São Luiz até a garagem da empresa Citral. Pedimos rua lateral da Polícia Rodoviária, no lado Sul, até a passarela da Vila Irma e rótulas de acesso”, pontua o secretário, bastante frustrado com a decisão da EGR.
O que a EGR diz sobre ruas laterais, em Sapiranga, e a fresagem de toda a RS-239
A EGR, em e-mail enviado ao Grupo Repercussão, disse que investirá R$ 20 milhões entre mão de obra e materiais para o serviço de recuperação total do pavimento da ERS-239, entre Novo Hamburgo e Riozinho, e que estão aguardando a chegada do asfalto na refinaria para iniciar as obras.
“Tapa na cara”
Entre uma das urgências com diversas solicitações, não só da Prefeitura de Sapiranga, como até de deputados, o retorno do bairro Amaral Ribeiro na Rua Nações Unidas também é uma obra postergada pela EGR há anos. “Ocorrem muitos acidentes nesse local, alguns fatais. É algo simples de resolver e não fizeram. E, agora, vão usar o dinheiro do pedágio, que todo o cidadão sapiranguense e da região paga, para fazer uma fresagem de um asfalto que não está ruim, a ponto de ser trocado. Essa notícia é um tapa na cara da sociedade sapiranguense e de toda a região”, protesta o secretário Carlos Maurício Regla, que é arquiteto e lidera um grupo de engenheiros, topógrafos e técnicos em edificações. “Não identificamos nenhum problema para uma fresagem total”, cita.
Nova Hartz analisa
O secretário de Planejamento de Nova Hartz, William Rodrigues da Silva, analisa da seguinte forma. “Temos outras urgências que necessitam de atenção, entre elas, o acesso da RS-239 ao município. Esses R$ 20 milhões poderiam ser investidos de maneira mais eficaz através de uma consulta às prefeituras do que elas entendem como necessidade urgente”, cita.
Deputado Issur avalia
O deputado estadual, Issur Koch (PP), explicou que “uma das grandes preocupações de meu mandato é trabalhar pela melhoria das condições de logística e infraestrutura da região. Seguiremos cobrando do governo do Estado novos investimentos que possibilitem a conclusão das obras na RS-239, assim como nas demais estradas do Vale”.
Prefeitura de Campo Bom se posiciona
A Prefeitura de Campo Bom entende que melhorias são bem-vindas. Agora, em uma época de escassez de recursos que todos os órgãos enfrentam, e a EGR também não está com tanta reserva para investimentos, a Prefeitura relembrou outras urgências na rodovia, por exemplo, concluir o trecho de Taquara à Rolante, que é um ponto bem crítico para quem passa no verão pelo local. Em nota, a Prefeitura citou que a EGR está perdendo dinheiro, pois são efetuadas bases para o asfalto, e as bases vão embora com a chuva. Neste sentido, a Prefeitura acredita que é necessário priorizar o que está em andamento, e cuidar das coisas iniciadas. Outro entendimento é que a EGR precisa ajudar os municípios em solicitações menores e mais urgentes do que gastar R$ 20 milhões na troca do asfalto.