“O cultivo e a produção de rosas exige amplo conhecimento técnico e investimentos”. A conclusão é do engenheiro agrônomo e extensionista da Emater de Sapiranga, Mateus Mello, que atua há 14 anos no município.
Atualmente, a Cidade das Rosas não possui nenhuma propriedade, especificamente, voltada para o cultivo da flor símbolo do município. Entre as razões para essa lacuna está a necessidade de um alto investimento. “Calculo que o agricultor/investidor necessitaria aportar entre R$ 100.000,00 a R$ 200.000,00 ao menos para começar uma estufa. Entre outros detalhes é necessário controlar a entrada de luz, ter uma estufa completamente fechada para que a rosa tenha o processo de floração adequado”, pontua Mateus.
Extremamente delicada, o cultivo de rosa em escala comercial necessitaria do controle de temperatura, além, é claro, de irrigação e adubação. “Ou seja, o nível de investimento não é baixo, sem contar o risco de perder de duas ou três safras para aprimorar o plantio e a parte técnica”, menciona o engenheiro agrônomo.
Em escala comercial, um exemplo de entidade estruturada e que poderia inspirar Sapiranga é a Associação Aflor, de Ivoti. “Lá eles formaram uma associação e possuem floricultores dedicados ao cultivo de flores e plantas de corte. No Vale do Caí, cidades como Pareci Novo e Montenegro, também contam com exemplos inspiradores. Mas, para Sapiranga se tornar um pólo de cultivo de flores seria necessário um estudo de mercado para dar subsídios a futuros empreendedores que têm interesse em investir nesse segmento”, pontua Mateus.
ÁREA EXIGE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA
Apoiar o surgimento de empreendimentos voltados à floricultura é incentivar o desenvolvimento. “Em algumas visitas, em São Paulo, propriedades voltadas a essa cultura possuíam cerca de 80 trabalhadores em áreas de um a dois hectares”, relembra o engenheiro agrônomo, Mateus Mello.
Mais interlocução
Com inúmeras instituições financeiras em Sapiranga disputando clientes e agricultores, Mateus Mello entende que o financiamento de empreendimentos voltados ao segmento da floricultura encontraria recursos de bancos e cooperativas de crédito da cidade. “É um tipo de atividade com viabilidade de financiamento. Os agricultores precisariam apresentar garantias e para projetos bem estruturados, mostrando segurança e confiança para o banco, sempre tem recurso”, pontua Mateus.
A conclusão do engenheiro agrônomo e extensionista da Emater é de que para Sapiranga ter o seu primeiro empreendimento voltado ao cultivo de rosas ou flores, é necessário uma interlocução maior entre os atores envolvidos.