Crise. A palavra que assolou, e ainda assola diversos setores da economia no Brasil, especialmente nos últimos dois anos em virtude da pandemia, não fez parte do vocabulário do mercado de veículos usados e seminovos, pelo menos até o início deste ano.
Diante da chegada da pandemia, o mercado de veículos usados e seminovos teve um comportamento atípico, quando todos esperavam quedas nas vendas e até mesmo do preço dos veículos o mercado se comportou de forma reversa. Isso porque em 2021 o segmento teve um resultado expressivo: crescimento de 17% em relação a 2020. Se comparado com 2019, a alta foi tímida, mas positiva: 3,5%, segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores.
E a explicação para isso é um tanto quanto simples e alguns fatores foram fundamentais, como por exemplo: Existia a demanda, e a redução na oferta de veículos zero quilômetro, aliada a alta dos preços e a fila de espera para entrega levaram muitos consumidores a optar pelo seminovo, aquecendo assim o mercado deste segmento.
Juntamente com a falta de carros zero km, instituições financeiras ofertando credito a juros bem atrativos e a busca pelo transporte individual para se locomover e ao mesmo tempo se proteger do vírus foram os principais fatores que mantiveram o mercado dos seminovos aquecido até final de 2021.
Outro fator interessante foi a quebra de paradigma que existia de que comprar carro significava perder dinheiro. De 2020 pra cá, o preço médio dos veículos aumentou na faixa de 25%, levando o consumidor hoje a ver a compra de um carro como investimento. Hoje é bastante comum clientes que compraram carro há dois anos voltarem nas lojas e receberem pelo veículo na troca mais do que pagaram pelo carro no momento da compra, sem contar o período que conseguiram usufrui do veículo. Isso vale para os carros zero km, que eram os grandes vilões de perda de dinheiro no momento da revenda.
Olhando para o futuro, é preciso ter um pouco mais de cautela. Os primeiros meses de 2022 foram de retração, motivada pelo aumento da taxa Selic, a qual traz automaticamente como consequência taxas de juros mais altas, inflação, oscilações do câmbio, e aumento das tabelas Fipe.
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