Comentário: Pai Nosso, que estás nos céus!

Hoje estamos iniciando uma nova série de artigos, sobre a oração mais conhecida no mundo: O Pai Nosso. Essa oração, encontrada em Mateus 6.9-13, foi dada pelo próprio Jesus como um exemplo de como o seguidor de Cristo deve orar. Portanto, temos de observar cada frase com atenção, a fim de aprendermos a orar segundo a vontade de Deus. É isso o que faremos, começando hoje.

“Pai nosso, que estás nos céus”. Quero destacar, logo aqui no início, uma verdade básica sobre a oração. A oração é falar com Deus. Isso mesmo. Parece óbvio, mas é tão importante! Sendo que Deus é uma pessoa, Ele merece ser respeitado como uma pessoa. Deus não é uma força a ser manipulada ou um ídolo a ser despertado. Ele merece que falemos com Ele de uma forma compreensível e inteligente. É interessante notar que, no contexto imediato, Jesus nos exorta a não usarmos vãs repetições. Veja as palavras de Jesus em Mateus 6.7: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mt. 6:7) Oração, assim, é uma forma de desenvolver um relacionamento com Deus. Há dois aspectos sobre a pessoa de Deus que devem ser enfatizados para estabelecermos um relacionamento adequado.

Primeiro, Deus é o nosso Pai. No tempo de Jesus, isso seria chocante! Normalmente apenas falava-se de Deus em termos elevados como Santo, Altíssimo Deus, Criador dos céus e da terra… Pai é um termo de família, que descreve um relacionamento íntimo e pessoal. É um termo carinhoso. Isso é maravilhoso, mas também precisamos entender que “pai” é um termo exclusivo. Só o filho pode usar o termo “Pai”! Se uma criança desconhecida viesse para mim e dissesse “Pai, estou precisando de um sapato novo!”, eu olharia para ela e diria “Sinto-me honrado, mas não sou o seu pai!”. Mais uma vez, parece ser um ponto óbvio, mas há muitas pessoas falando com Deus, usando o termo Pai, não sendo na verdade os Seus filhos. Isso pode parecer radical, mas a Bíblia deixa bem claro que não nascemos filhos de Deus. Todos são criaturas de Deus, mas nem todos são filhos. João 1.12 diz: “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus.” Para “se tornarem filhos de Deus” significa que em algum momento não eram filhos de Deus! Só temos o direito de falar a Deus como Pai quando cremos no nome do seu Filho para a salvação. Um pouco mais adiante, em João 8:42, Jesus diz: “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou.” Aqui Jesus, falando com os líderes religiosos, diz que Deus não é o Pai deles! Qual é o motivo? Eles não amavam a Jesus e não criam que Jesus veio de Deus Pai. Aquele que não crê em Jesus como o único e suficiente salvador e não ama a Jesus não é um filho de Deus. A oração do Pai Nosso exige que Deus realmente seja o nosso Pai.

Segundo, Deus é todo poderoso. Quando Jesus fala de Deus Pai como Aquele que “estás nos céus,” eu creio que Ele está enfatizando a Sua posição de autoridade. Deus é o soberano Deus, que reina dos céus. Nesse sentido, Deus é completamente separado de nós. Enquanto Ele é eterno, nós somos finitos. Enquanto Ele é todo-poderoso, nós somos fracos. Enquanto Ele é Santo, nós somos pecadores. Enquanto Ele é justo, nós somos injustos. Enquanto Ele é Criador, nós somos meras criaturas. Enquanto Ele habita nos céus, nós habitamos na terra. Nesse sentido, Ele é transcendente, ou completamente separado de nós.

Assim, já no início a oração do Pai Nosso nos ensina algo: quando falamos com Deus, precisamos manter o equilíbrio entre abraçá-lo como Deus Pai e reverenciá-lo como Deus Todo-Poderoso.

Como você tem se aproximado de Deus por meio da oração? Tem usado vãs repetições? Tem mostrado reverência, reconhecendo que Ele está nos céus e você aqui na terra? Aliás… você tem se aproximado como um filho mediante a fé em Cristo?

Por Pr. Mark Stucky