Artigo de opinião: Um pacto pela cooperação e a boa governança

Por Artur Lemos Júnior, secretário-chefe da Casa Civil do RS

Administrar um ente federativo com o porte e a complexidade do Rio Grande do Sul é tarefa que deve ser compartilhada. É engano imaginar que cabe apenas a um poder, sobretudo ao Executivo, a responsabilidade para encontrar as soluções e conduzir isoladamente uma agenda de transformação com o alcance da exigida pela população do nosso Estado. Ninguém tem superpoderes, não há salvadores da pátria.

Por isso, nosso governo carrega no seu DNA a intenção de pensar e agir de maneira compartilhada. Desde o Movimento Rumos, que antecedeu o plano de governo desta gestão e forneceu as bases das propostas que submetemos às urnas em 2018, buscamos compor com diferentes posicionamentos do espectro político-partidário. Ouvimos entidades e sociedade civil, e a palavra-chave para a qual convergiram e ainda convergem os principais anseios e necessidades mapeados era pacto.

Transformamos este sentimento em diretriz de governo, aplicada com obstinação e serenidade, claro que com acertos e erros pelo caminho. As agendas propostas para a construção de algo novo, com a esperança voltada a objetivos compartilhados – o bem-estar social, o viver bem amparado na virtude –, não prosperam sem um pacto sólido, transversal e plural que abarque todos os poderes e atores da sociedade.

Assim, cooperar é construção coletiva, sintonia com propósitos maiores e compartilhados. Um exemplo está nos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) no planejamento estratégico do Estado. Um alinhamento global assumido pela maioria das nações, convertido em eixo estratégico de administração pública local, em torno da boa governança e fundamentada na cooperação e na ética.

De acordo com o historiador Yuval Harari, “nós, humanos, conseguimos dominar o mundo porque cooperamos melhor do que qualquer outro animal do planeta”. Harari entende que a cooperação é o fundamento do sucesso do homem na Terra. Nesse sentido, construir pontes, ao invés de muros, é fundamental para promover o que os gaúchos tanto anseiam: mais bem-estar, compartilhado por todos.