Região – Acidentes na RS-239 estão virando rotina em 2021. Segundo dados do Comando Rodoviário da Brigada Militar, em 47 dias do ano (até 16/02), foram registrados 46 sinistros em toda a extensão da rodovia. Nos últimos cinco anos, entre 2016 e 2021, é o segundo ano com mais acidentes registrados no mesmo período, atrás somente de 2020, que acumulou 60 ocorrências.
A explicação para esta quantidade de acidentes é uma soma de diversos fatores. Para o gestor em segurança do trânsito e sargento da reserva da Brigada Militar, Éverton Cassere, a rodovia tem seus problemas e precisa de ajustes, mas o principal motivo para o número excessivo de colisões, atropelamentos e outras ocorrências na rodovia é a imprudência dos motoristas. “A rodovia está devidamente sinalizada. A falta de conhecimento do condutor é o que causa a maior parte dos acidentes”, explica.
A reportagem do Grupo Repercussão, acompanhada de Éverton, percorreu a rodovia, no trecho entre o pedágio de Campo Bom e o pórtico de Parobé, para entender e ilustrar os pontos mais problemáticos, e o que faz com que estes locais sejam perigosos e exigem cautela dos motoristas, motociclistas, caminhoneiros, ciclistas e pedestres.
Atenção às linhas de sinalização no asfalto!
rodovia”, explicou Éverton.
Os pontos problemáticos da rodovia
1. Retorno no Posto Quatro Colônias é local de imprudência
Falta de sinalização não é justificativa para as imprudências cometidas nos retornos em frente ao Posto Quatro Colônias, em Campo Bom. No local, há placas indicando a proibição de usar o retorno próximo à saída da Estrada Campo Bom, e as linhas contínuas pintadas no asfalto indicam a proibição de cruzar a rodovia para acessar o retorno, o que causa diversos acidentes. Em menos de dez minutos no local, a reportagem flagrou pelo menos seis veículos realizando a manobra incorreta. A indicação no local é acessar a RS-239 e seguir até o próximo retorno, em ambos os sentidos, para evitar cruzar a rodovia, correndo o risco de causar um sinistro.
2. Passarela precisa ser usada pela comunidade, que corre risco de atropelamentos
As passarelas na RS-239, instaladas recentemente em Sapiranga, são alvos frequentes de críticas. Alguns dizem que estão no local errado, outros afirmam que nem eram necessárias. Próximo à travessia em frente à Calçados Beira Rio, pelo menos dois atropelamentos foram registrados em 2021, o que levou à população e classe política a solicitarem a reinstalação dos controladores de velocidade no local. Mesmo assim, algumas pessoas se recusam a usar a passarela de forma segura e arriscam suas vidas. A reportagem flagrou pessoas atravessando a rodovia logo abaixo da passarela, no km 30, no bairro Amaral Ribeiro, na tarde da última terça-feira (16), quando havia movimento moderado no trânsito do local. Os trechos com as passarelas exigem cautela dos motoristas e responsabilidade dos pedestres e ciclistas.
3. Amaral Ribeiro tem um dos retornos mais perigosos da rodovia, e é preciso cautela
O retorno do Amaral Ribeiro, entre os quilômetros 30 e 31 da rodovia, no sentido Parobé-Campo Bom, é um dos mais conhecidos negativamente no município. No local, onde inicia uma descida na rodovia e não há controle de velocidade, são frequentes os acidentes envolvendo motocicletas, carros e caminhões, e que causam a morte de diversas pessoas. Com o acesso ao bairro no mesmo retorno, é importante que os motoristas tenham em mente que os caminhões, principalmente, levam mais tempo para acelerar (fazendo o retorno) e precisam de maior distância para frear. É preciso reduzir a velocidade e ter atenção ao trafegar nesta área. Para Cassere, o trecho exige um controlador de velocidade.
4. Saída de CD da Quero-Quero pode causar acidentes se rodovia não for adequada
Por volta do km 32, está em construção o novo Centro de Distribuição (CD) das lojas Quero-Quero, com a promessa de armazenar e centralizar as entregas e fornecimentos de produtos em toda a região. Entretanto, logo após a saída do local que abrigará o CD, há um retorno na rodovia. Cassere explica que, se não houver instrução aos motoristas e caminhoneiros que saírem do pavilhão, ou modificações na rodovia, o trecho registrará frequentes acidentes, pois, assim como em frente ao Posto Quatro Colônias, os motoristas atravessarão a rodovia para acessar o retorno, ao invés de seguir por mais alguns metros e utilizar a próxima alça para retornar. Nos dois pontos, assim como no retorno próximo ao IFSul, em Sapiranga, há a necessidade de instalação de tachões ou meios-fios nos retornos, impedindo que os motoristas cometam a imprudência de acessar as vias de desaceleração somente cruzando a rodovia, gerando riscos para quem trafega na RS-239 e para eles próprios.