Jovem que sobreviveu a gravíssimo acidente de trânsito conta luta pela recuperação em Sapiranga

Os pais Líria e Elari abraçados na filha Debora após meses de angústia (Foto: Melissa Costa)

Sapiranga – “Só tenho que agradecer a Deus por estar aqui, viva e em plena recuperação. É um milagre ter sobrevivido”. Com estas palavras, a professora de Sapiranga, Debora Gross, 30 anos, inicia a entrevista sobre o grave acidente de trânsito que sofreu em 15 de julho deste ano, na RS-239.

Debora seguia no sentido Parobé/Sapiranga, quando perdeu o controle da direção do Renault Megane e bateu em um poste de energia de concreto. A parte mais atingida foi justamente do lado do motorista, o que causou lesões gravíssimas. Câmeras de segurança na rodovia flagraram o momento em que Debora sai da pista em decorrência de dois cavalos soltos na rodovia.

Logo após o acidente, ela foi socorrida ao Hospital Sapiranga e, posteriormente, encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Pronto Socorro (HPS), de Canoas. Com o forte impacto, ela sofreu traumatismo de crânio gravíssimo, fraturou costelas e bacia e também perfurou pulmão e fígado. Por um longo período, Debora esteve entre a vida e a morte. No mês de agosto, chegou a receber alta, mas foi recebida em casa bastante debilitada. No entanto, aos poucos, ela foi acordando, começando a falar e a cada dia as memórias estão retornando. “Eu vou ficar bem, totalmente recuperada. É um processo lento, eu sei, mas vai dar tudo certo”, disse ela.

Veículo que Debora dirigia atingiu poste de concreto (Foto: PRE)

Amor e fé dos pais

Sem conter as lágrimas, o pai Elari Alberto Gross recorda o momento em que recebeu a pior notícia da sua vida. Ele e a esposa Líria correram para o hospital assim que souberam do acidente da filha. “Naquela noite, recebi uma notícia que me deixou desesperado. Os médicos disseram que pelo estado de saúde grave, ela não deveria resistir por mais de quatro horas”, contou ele, que nunca deixou de acreditar na recuperação da filha. “Naquela noite, estava sendo autorizada a entrada de todos nós no quarto, para podermos nos despedir. Foram horas de muita angústia, mas nunca deixamos de ter fé que ela ia ficar boa novamente”, relatou o pai, que ao lado da esposa, estava durante todos os dias da internação na casa de saúde. “A gente só ia para casa tomar banho e depois voltávamos. Mesmo passando o período das quatro horas, o medo continuou, até ver ela bem, de pé e conversando em casa “, completou a mãe.

RECUPERAÇÃO SURPREENDENTE

Debora é professora em Igrejinha e também já atuou em Sapiranga e Parobé. Apesar de tudo que aconteceu, ela está mantendo a calma e o pensamento positivo. “Quando precisei ser entubada, sofri lesão nas cordas vocais. Para ter a possibilidade de voltar a falar, teria que passar por cirurgia. Mas, sem explicação, o corte se regenerou e, com ajuda de fonoaudióloga, já estou falando quase 100% bem”. Debora também mantém uma rotina de acompanhamento de demais profissionais. “Lembro quando acordei em casa, pela primeira vez, quando comecei a ser a Debora novamente. Aos poucos, a evolução está acontecendo”.

“Uma pessoa melhor ainda”

O acidente de Debora mobilizou amigos, colegas de trabalho, familiares e até pessoas desconhecidas. Muitos fizeram correntes de oração pela sua plena recuperação. “Agradeço a todos de coração. Quando vou em alguns lugares, as pessoas perguntam se sou a Debora do acidente e contam que oraram por mim. Não tenho revolta. Quanto aos cavalos, só pedimos que as pessoas cuidem melhor. Estou de volta e quero ser uma pessoa melhor ainda”, completou ela.