UTI Neonatal do Hospital Sapiranga celebra seis anos de inauguração

Sapiranga – A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal no Hospital Sapiranga celebrou em janeiro seis anos de história e durante seu período de funcionamento recebeu 1.464 pacientes. Entre 2017 e 2023, muitas emoções foram vividas neste ambiente.

 

O nascimento de Júlia Bender Flores, hoje com 6 anos, foi uma inspiração e entrou para história como a primeira paciente da unidade. “Nenhuma mãe está emocionalmente preparada em dar à luz a seu sonhado filho e deixá-lo no hospital e comigo não foi diferente. Posso dizer que foram os 17 dias mais angustiantes da minha vida […] Lembro que não havia leito neonatal em nenhum hospital próximo, até vir a notícia da UTI Neonatal do Hospital Sapiranga, que estava sendo inaugurada exatamente no dia 23 de janeiro”, relembra a mãe de Júlia, Rita Bender.
A vontade da mãe era ficar ao lado da filha o tempo inteiro. Ao ver a bebê na incubadora, com todos os cuidados necessários, o sentimento de frustração por não poder tocar na filha era inevitável. “Sabe o que é essa ausência para uma mãe? Só quem vive uma UTI sabe o que estou falando. Entramos de um jeito e saímos de outro”, conta Rita que tinha confiança no comprometimento da equipe de médicos e enfermeiros com sua filha e os demais bebês do local. “Essa parte da minha vida foi construída pela equipe maravilhosa e abençoada do Hospital Sapiranga, que terá nossa eterna gratidão”, finaliza.

Superação de bebês

As situações mais frequentes de internação são relacionadas à prematuridade, desconforto respiratório do recém-nascido e icterícia neonatal.
Uma experiência semelhante foi vivenciada por Kassia Barth com sua filha Lavínia Loh Trendt Apollo. “Não havia UTI no hospital que eu estava anteriormente, então fui transferida para o Hospital Sapiranga […] A minha filha tinha apneia e muita dificuldade na respiração. Só sinto gratidão ao Hospital Sapiranga porque minha filha ficou lá 43 dias e sempre fomos muito bem acolhidos”, comenta a mãe, que complementa: “o ambiente era tão bom que às vezes a gente esquecia que estava em uma UTI Neonatal”.

Acompanhamento psicológico para os pais

A equipe de psicologia do Hospital Sapiranga cumpre um papel importante no acompanhamento dos casos com os pais na UTI Neonatal, visto que é um momento de fragilidade para a família. “Todos estão preparados para gerar seus bebês e os levar para casa e quando isso não acontece, precisamos intervir para auxiliar com os sentimentos dos pais e fortalecer o vínculo dos mesmos com seus bebês. Também organizamos grupos com os pais, no qual instigamos eles a falarem sobre seus sentimentos e, com isso, acabam percebendo que não estão sozinhos”, explica a equipe de psicologia do hospital.
Elita Herrmann, diretora do hospital, ressalta a importância deste serviço para o Estado, e relembra que por inúmeras vezes a unidade chegou perto de ser fechada, em virtude da defasagem da tabela do SUS, que não supre os custos totais das diárias da unidade. “Mas durante esses seis anos, não medimos esforços na busca de auxílio. Um exemplo são os recursos destinados por emendas parlamentares que contribuem para a manutenção deste serviço essencial para a nossa comunidade”, comenta.
O Hospital Sapiranga possui estatísticas onde mostram que já passaram pela UTI Neonatal recém-nascidos de 55 cidades do Rio Grande do Sul.

A importância dos profissionais que trabalham dentro da UTI Neonatal

A UTI Neonatal do Hospital de Sapiranga é composta por 10 leitos, atendendo recém-nascidos de convênios e SUS, além de ser referência para Sapiranga, Araricá e Nova Hartz.

As internações na UTI Neonatal estão muito associadas a prematuridade, desconforto respiratório, icterícia e infecções. “Escutamos o seguinte questionamento dos pais, ‘quantos dias meu filho vai ficar internado na UTI neonatal? ’. E não temos a resposta para estes questionamentos, pois depende muito do motivo da internação, do quadro clínico e da recuperação do próprio bebê”, conta a enfermeira da UTI Neonatal do Hospital, Bruna Roberta Martin.

Para os profissionais que trabalham no local os melhores momentos são quando um bebê recebe alta. “Conseguimos perceber que fizemos parte da história desta família. É muito gratificante ver um prematuro extremo ganhar alta, após passar por várias situações durante a sua internação, de ver o crescimento e desenvolvimento deste”, finaliza a enfermeira.