Taxa de vacinação completa atinge os 50% na maioria das cidades da região

Drive trhu para vacinação em Sapiranga/ Foto: Arquivo JR

Região – No dia 17 de janeiro de 2021, uma onda de otimismo e esperança tomou conta do país. Era aplicada a primeira vacina contra a Covid-19 no Brasil, e uma enfermeira paulista foi a escolhida. Alguns dias mais tarde foi a vez da primeira aplicação no Rio Grande do Sul, que foi recebida por uma idosa de 99 anos.
Desde janeiro, o avanço da vacinação é um dos assuntos mais comentados e também há muita especulação. Seja sobre contestação de números, sobre quem acha que há rapidez ou os que analisam como lentidão. Mas, com certeza as principais polêmicas e desencontro de informações se dão por conta da eficácia de uma marca ou outra da vacina. Todas as vacinas são produtos farmacêuticos fabricados por laboratórios e, portanto, recebem uma marca. No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, e o Instituto Butantan, de São Paulo, são os principais produtores e distribuidores de vacinas há décadas, mas nunca tiveram os seus nomes tão citados, seja na mídia, quanto nas rodas de conversas.

A Anvisa aprovou o uso de seis tipos diferentes de vacinas no Brasil, o que é muito comum para uma imunização em massa e emergencial. Podem ser aplicadas Astrazeneca, Pfizer, Janssen, CoronaVac, Sputnik V e Covaxin. Devido a parcerias para produção (Fiocruz e Butantan) e disponibilidade dos fabricantes, a grande maioria da imunização no RS está sendo realizada com Astrazeneca e Coronavac, o que se reflete na região dos Vales dos Sinos e Paranhana.
O Jornal Repercussão conversou com secretarias de Saúde e a avaliação, de maneira geral, é positiva, já que na grande maioria dos municípios os índices para o esquema vacinal completo seguem avançando, o que significa a adesão da grande maioria.

Aplicação do reforço precisou começar antes de toda a população estar imunizada

Em agosto, o Ministério da Saúde anunciou que começariam as aplicações da 3° dose, ou dose de reforço. Essa dose, por enquanto, é direcionada para os grupos mais frágeis da população, como profissionais da saúde que estão em contato direto com os infectados. Idosos acima de 60 anos, que ainda formam o maior índice de mortalidade pelo vírus, já que, normalmente, ficam mais debilitados. E os chamados imunossuprimidos, que são pessoas com baixa imunidade, como transplantados ou pacientes oncológicos.
A decisão da terceira dose foi tomada pelo fato de que é comum a queda dos anticorpos depois de certo período de imunização (em todas as vacinas), no entanto, no caso da Covid-19 a contaminação permaneceu alta, mesmo com a queda de óbitos, o que gera riscos. Portanto, a decisão não tem a ver com eficácia e sim com o tempo levado para a aplicação em toda a população.

Estado determina adoção do Passaporte Vacinal para eventos

Além do alívio pessoal e a segurança com relação à saúde, outra vantagem do avanço da vacinação é a possibilidade da retomada das atividades paralisadas pela pandemia, como os eventos. Uma determinação do governo do Estado prevê que seja exigida a apresentação do comprovante de vacina para que o cidadão possa participar de atividades coletivas Pistas de dança, competições esportivas, feiras, exposições corporativas e similares, assim como apresentações em shows, cinemas, teatros, casas de espetáculos e similares, estão na lista.
Cada região está realizando as adaptações para cumprimento das determinações e os municípios devem adotar os meios para essa fiscalização.
Em reunião na última quinta-feira, 14, a Ampara (Associação dos Municípios do Vale do Paranhana), ajustou os protocolos para as cidades pertencentes do bloco e divulgou as medidas, entre elas um cronograma para exigência de vacinação:
– 40 anos ou mais: esquema vacinal completo a partir de 1º de outubro.
– 30 a 39 anos: primeira dose ou dose única de 1º a 31 de outubro e esquema vacinal completo a partir de 1º de novembro.
– 18 a 29 anos: primeira dose ou dose única de 1º outubro a 30 novembro e esquema vacinal completo a partir de 1º de dezembro.
Para algumas pessoas, a decisão do governo do Estado é polêmica, no entanto, ela também serve de incentivo para quem ainda não compreendeu a importância da imunização para o coletivo. “Quando a pessoa completa o esquema vacinal com as duas doses, além de estar diminuindo a possibilidade de ter a doença de forma grave, está contribuindo com a diminuição da transmissão do vírus, pois quanto mais pessoas estiverem imunizadas, menor é a possibilidade do surgimento de novas cepas e novos picos da doença”, destaca o secretário de Saúde de Igrejinha, Vinicio Wallauer.

o que é o passaporte?

O comprovante de vacinação oficial pode ser obtido no aplicativo Conecte SUS, onde o usuário faz o seu cadastro e pode usar a tela como comprovação digital. Outro meio comprobatório, aceito para ingresso nas atividades coletivas que se adequarem à exigência do estado, são a caderneta ou cartão de vacinação emitido pela Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde ou outro órgão governamental.

Cidades ultrapassam a média nacional

Conforme dados divulgados às 20h da terça-feira, dia 19, 106.182.830 pessoas estão totalmente imunizadas no Brasil. Este número representa 49,78% da população.
O ponto positivo é que seis cidades da região apresentam um percentual de vacinados acima da média nacional e as outras quatro estão buscando esse índice, que está em constante atualização. A maioria dos municípios está próximo do índice alcançado pelo estado, o Rio Grande do Sul é o terceiro lugar no ranking de avanço da imunidade e registra 56,09% de pessoas com o esquema vacinal completo. Todos estes percentuais são em relação ao número total da população.

 

Importância de completar o esquema vacinal

Janete Hess, secretária de Saúde de Sapiranga.
“Estamos com a sala de vacina junto à Praça da Bandeira e Unidades de Saúde, de segunda a sexta-feira, e em drives thru eventuais, no intuito de alcançar o máximo de pessoas. Contamos com a participação da comunidade para que busquem o serviço de saúde e sejam vacinados. A vacina é nossa aliada no enfrentamento ao vírus”.

Vinicio Wallauer, secretário de Saúde de Igrejinha.
“A secretaria, por meio da atenção básica, está realizando uma busca ativa das pessoas que estão com a segunda dose em atraso e informando sobre a importância de realizá-la. Semanalmente estão sendo realizadas vacinações com horários alternados para facilitar o acesso da população a vacina. Temos ainda 1.083 pessoas que não realizaram a segunda dose”.

Ana Elisa Lima, secretária de Saúde de Parobé.
“Ainda temos 20% da população para completar o esquema vacinal com a segunda dose. Sabendo dos benefícios da vacina para a saúde, se faz necessário a orientação da população quanto a importância de ter o esquema de vacina completo, pois com as duas doses da vacina se torna menor o risco por infecção pelo Corona vírus”.

“Precisamos da cooperação do cidadão”, diz o secretário de Saúde de Campo Bom, João Paulo Berkembrock

A Prefeitura de Campo Bom anunciou uma excelente marca nesta semana, na terça-feira, 19, o município atingiu o percentual de 90%do público vacinável.
“Atingimos um percentual impressionante, e é claro que isto se deve à alta procura por parte da comunidade, mas também ao fato de disponibilizarmos vacinas todos os dias em nossas unidades de saúde, há várias semanas. Diariamente temos primeiras e segundas doses e doses de reforço à disposição”, aponta o prefeito Luciano Orsi, que complementa: “àquelas pessoas que eventualmente ainda não conseguiram se vacinar, pedimos que procurem a imunização, pois só com ela estaremos um passo mais perto da volta à normalidade”, orienta.
O percentual de 90% corresponde às 48.056 primeiras doses já aplicadas no município. Se consideradas as segundas doses, 67% da população foi contemplada; quanto às doses de reforço, o número é de 18%. O secretário de Saúde, João Paulo Berkembrock, aponta que o que possibilitou este resultado foi o Dia D da Campanha de Multivacinação, que ocorreu no último sábado, 16, no qual mais de 1,5 mil pessoas foram vacinadas contra a Covid. “Neste momento em que atingimos uma marca tão importante, não podemos perder o foco nas segundas doses e doses de reforço, pois só assim a imunização estará completa. Portanto, quando chegado o momento da segunda ou terceira dose, a população deve buscar uma unidade de saúde”.
Quanto à exigência do Estado sobre o passaporte vacinal, o secretário ressalta: “estamos analisando sobre as atribuições da saúde, da fiscalização, da vigilância sanitária. Nós não temos pessoal o suficiente para fazer uma fiscalização de todos os centro de eventos, centro esportivos, entidades privadas, restaurantes, todos os locais que o passaporte vacinal será exigido. Nós precisamos muito mais da cooperação do cidadão em compreender a importância de estar vacinado, também da pessoa que é responsável pelo espaço privado, saber que é seguro para os seus clientes, para os seus usuários pessoas vacinadas. Então, a gente vai precisar muito mais da compreensão, da educação das pessoas do que realmente de uma fiscalização, de uma ação punitiva, porque nós não temos uma estrutura pra isso”, orienta o secretário.