Saúde mental tem atenção especial do Caps durante a pandemia da Covid-19

Casos de menor gravidade são atendidos pelas terapeutas individualmente por telefone - Foto: PMS

Sapiranga – O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Sapiranga busca atender pessoas que apresentem algum tipo de distúrbio, sempre objetivando a reintegração do paciente à sociedade, evitando, inclusive, uma possível internação. O serviço oferece acompanhamento de psicólogo e psiquiatra, oficinas terapêuticas, terapeuta ocupacional, assistente social, enfermeira e técnica de enfermagem, além de atendimentos à dependentes químicos.

Diante do cenário de pandemia do novo coronavírus, notou-se um grande aumento na demanda de atendimentos e um dos problemas mais relatados aos profissionais é a dificuldade em lidar com a perda de familiares. Além do luto, o estresse causado pelo confinamento, a depressão pela falta de perspectiva de melhora, a tristeza profunda por não poder circular livremente e não ter contato com familiares e entes queridos e crises de ansiedade causada pelo medo da doença e do momento difícil que estão enfrentando são alguns dos diversos problemas apresentados pelos pacientes.

Atualmente, o setor de saúde mental do município presta atendimento psicológico a mais de 700 pacientes por mês. Para casos de menor gravidade, as terapeutas estão fazendo atendimentos individuais pelo telefone, para que não haja a necessidade de o paciente sair de casa. Alguns pacientes específicos estão recebendo atendimento em domicílio, e a visita é feita pela assistente social do Caps.

Dependentes químicos

Os profissionais também recebem usuários de substâncias químicas e entorpecentes no Centro de Atendimento Psicossocial. Eles são acolhidos de portas abertas e passam pela avaliação de psicólogo, que o auxiliará em todo o processo. Depois que os pacientes criam um vínculo com o profissional, a ideia da internação é apresentada e, caso ela seja acatada pelo usuário, o processo de internação é iniciado. O dependente é, então, colocado em uma clínica de reabilitação através de um encaminhamento feito pela Central de Clínicas Terapêuticas.

Coordenadora do Caps destaca trabalho do centro

“Contamos com atendimento presencial para pessoas com casos mais graves com nível de estresse muito elevado. São pacientes que já eram atendidos em período anterior à pandemia, casos que os terapeutas e profissionais de saúde têm conhecimento da necessidade de atendimento e sabem que não podem ficar sem atendimento”, destaca a coordenadora do Caps e da área de saúde mental do município, Iraci Maria de Souza.

Muitos desses pacientes são diurnos e ficam o dia todo no Centro de Atendimento. “Eles se consultam com a equipe e recebem refeições como café da manhã e almoço. Esses são os casos mais graves. Se mesmo com todo o auxílio, a internação ainda for necessária, esse processo é feito através da Central de Leitos e do Hospital”, completa Iraci.

Além de todo o atendimento psicológico e social prestado no Caps, o Centro de Atendimento também faz a distribuição de medicamentos psiquiátricos para os pacientes que necessitam dos mesmos. A equipe separa os remédios em embalagens individuais, com a quantidade exata a ser utilizada durante os dias estipulados pelo profissional de saúde na orientação/receita médica. Um familiar vem buscar e administra a medicação para o paciente, em casa.

Primeiro acolhimento é presencial

Para pacientes novos, o primeiro acolhimento ainda está sendo realizado de forma presencial. A equipe do Caps recebe a pessoa, faz o acolhimento, avalia o caso e a gravidade (assim como o tratamento necessário e o que precisa ser feito) e já encaminha o paciente a um terapeuta ou profissional específico que trate do problema apresentado.

A partir desse encaminhamento, os terapeutas, psiquiatras e psicólogos fazem consultas por telefone (casos leves) e casos mais graves vão para o Caps para receberem atendimento presencial.

Por conta da pandemia do coronavírus, mais profissionais foram encaminhados ao Centro de Atendimento Psicossocial para que haja atendimento para todos e equipe suficiente para atender a demanda.

A equipe é composta por uma assistente social, uma terapeuta ocupacional, duas técnicas e os psicólogos, psiquiatras e terapeutas que estão à disposição da população.
Também há profissionais da área nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Amaral Ribeiro, Centenário, Oeste e São Luiz.