Rio Grande do Sul registra 100,1% de ocupação nos leitos de UTI

Não há leitos disponíveis tanto na rede pública quanto na rede privada - Foto: Nadine Funck/ PMCB

Estado – Quase um ano após o primeiro caso de coronavírus registrado no estado, o Rio Grande do Sul passa por uma situação delicada. No início da tarde desta terça-feira (2), o dashboard da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), com o mapa de leitos do estado, registrou 100,1% de ocupação nos leitos de UTI. São 2.812 ocupados para 2.808 disponíveis. Os leitos clínicos, dedicados à pacientes em situações menos complexas, apresentam 66,3% de ocupação: são 4.381 pacientes em atendimento para 6.611 leitos disponíveis.

Entretanto, segundo o painel da SES, nem todos os hospitais estão com as UTIs lotadas. É o caso do Hospital São Francisco de Assis, de Parobé, que está com 93,8% de ocupação (30 leitos ocupados de 32). O que ocorre é que o estado, como um todo, extrapolou o total de leitos previstos (há superlotação em algumas casas de saúde e outras com disponibilidade). Regionalmente, há realidade diversas, e certas regiões têm mais capacidade de atendimento hospitalar do que outras – algumas ainda há vagas (como a região de Bagé, com 61,8% dos leitos de UTI ocupados, o menor índice do estado), em outras a situação está no limite (das 21 regiões Covid do RS, nove estão com a taxa de ocupação das UTIs entre 80 e 100%), e o restante apresenta esgotamento (são dez regiões Covid com superlotação de UTIs, incluindo Vales do Sinos e Paranhana, assim como Porto Alegre e o litoral norte).

De todos os pacientes em UTI no estado gaúcho, 1.758 (62,3%) têm confirmação positiva para Covid-19 e outros 212 (7,5%) são definidos como casos suspeitos ou com outra Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No total, são 1.970 pacientes hospitalizados em estado grave no RS com quadros clínicos relacionados ao novo coronavírus.

Fonte: Covid-19 Dashboard/SES

Região de Novo Hamburgo é a mais crítica do estado

A região Covid de Novo Hamburgo do Distanciamento Controlado está sobrecarregada em todos os seus indicadores: são 156 leitos de UTI para 123 disponíveis, o que indica 126,8% de ocupação (no Hospital Sapiranga, por exemplo, alguns pacientes em estado mais grave são alocados na emergência). Além disso, são 275 ocupações em leitos clínicos fora de UTI, dos quais há uma disponibilidade de 265 (103,8% de ocupação). Dos respiradores, 132 estão ocupados segundo a SES/RS, de um total de 123 disponíveis (taxa de uso de 107,3%). É a única, entre todas as regiões Covid do Distanciamento Controlado no estado, que registra esgotamento em leitos de UTI, leitos clínicos e respiradores ao mesmo tempo.

No Hospital Sapiranga, são 31 ocupações para 17 leitos de UTI (taxa de ocupação de 182,4%). Além disso, são 32 leitos Covid-19 fora de UTI adulto ocupados, mas a disponibilidade é de apenas 16 (ocupação de 200%). No Hospital Lauro Reus, em Campo Bom, a taxa de ocupação das UTIs está em 120%: são 12 ocupações para 10 leitos disponíveis. Nos leitos clínicos, são 23 pacientes hospitalizados para apenas 10 leitos (ocupação de 230%). Entretanto, no hospital campo bonense ainda há respiradores: dos 10 disponíveis, nove estão sendo utilizados).

Na região R06, de Taquara, a taxa de ocupação nos leitos de UTI é de 101,9%: são 53 ocupações para 52 disponíveis. Dos 133 leitos clínicos disponíveis nos municípios que compõem a região, 95 estão ocupados (taxa de ocupação de 71,4%). São, ainda, 48 respiradores em uso, de um total de 52.

O Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, ainda conta com leitos de UTI disponíveis: são 30 pacientes internados, e ainda há capacidade para mais dois (ocupação em 93,8%). Entretanto, são 30 ocupações para os 27 leitos clínicos disponíveis na casa de saúde parobeense. Dos 32 respiradores, 25 estão sendo utilizados. Já no Hospital Bom Jesus, em Taquara, são 23 leitos de UTI ocupados para apenas 20 disponíveis (115%). Esta taxa se repete nos respiradores. Nos leitos clínicos, a disponibilidade é maior: são 6 leitos disponíveis de um total de 20 (taxa de ocupação de 70%).