Prefeitos e Amvars avaliam bandeira preta na região do Vale do Sinos

Região – Com o anúncio do mapa preliminar da 42ª rodada do Distanciamento Controlado, que colocou a região do Vale do Sinos na bandeira preta, os municípios terão que se adequar para atender às restrições determinadas pelo modelo do governo estadual. Neste sábado (20), o governo estadual publicará um decreto que restringirá todas as atividades no Rio Grande do Sul entre às 22h e às 5h, e que vigora entre amanhã e o dia 1º de março, em um primeiro momento. Além disso, as aulas presenciais, que foram recentemente retomadas pela maioria dos municípios na região, terão que ser novamente suspensas, pois as determinações da bandeira preta não permitem atividades escolares nas escolas. As instituições deverão adotar o ensino remoto para todos os alunos e poderão atuar somente em estado de plantão.

É hora de fazermos um trabalho coletivo dos municípios para tentar melhorar a situação.

– Luciano Orsi

Sobre o mapa, o prefeito de Campo Bom e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Sinos (Amvars), Luciano Orsi, afirmou ficar surpreso com a quantidade de regiões em bandeira preta. “É uma surpresa, mas ao mesmo tempo não tanto, porque os números deram uma crescida. Não esperava tantas regiões na bandeira preta. É uma preocupação que já vinha crescendo nos prefeitos. Definimos que a Amvars não fará recurso para solicitar revisão da bandeira, seguindo também uma recomendação do governador, que afirmou que, a princípio, não teria uma viabilidade de recursos. Foi um apelo até para que haja um período de controle, ele já fez algumas medidas além do normal, como a proibição de atividades entre às 22h e 5h. Vamos ouvir e alinhar, seguindo orientações e determinações do governo do estado, que é quem faz o grande monitoramento. Como atingiu praticamente metade do estado, é hora de fazermos um trabalho coletivo dos municípios para tentar melhorar a situação, e vamos ter que dar uma segurada, considerando também que a vacinação não avançou tanto”, explicou Orsi.

A prefeita de Sapiranga, Carina Nath, afirmou que o município ainda aguarda maiores informações para tomar decisões mais concretas. “Em todas as bandeiras ocorreram adequações. Estamos aguardando um posicionamento da Amvars e maiores orientações do governo estadual. A partir de agora, com as orientações que irão surgindo, vamos conversando para fazer as deliberações. Temos a cogestão, mas nesse caso de bandeira preta, deve cair, mesmo com alguns ajustes”, disse.

Sabemos que as pessoas precisam trabalhar e ter seu sustento, mas elas também precisam ter segurança para si e para suas famílias do ponto de vista da sua saúde, inclusive para que seu trabalho possa acontecer.

– Eduardo Leite

Já o governador Eduardo Leite, na live em que anunciou o mapa preliminar do Distanciamento Controlado, declarou que não sente prazer em estabelecer restrições como essa, mas que o momento exige. Além disso, o chefe do estado do Rio Grande do Sul fez um apelo à população gaúcha. “Temos um comitê de dados, com apoio de técnicos estatísticos na secretaria de saúde, analisando todas as informações. Desde o início disse que acompanharíamos a pandemia com dedo no pulso, acompanhando movimentação das internações, dos casos diagnosticados através dos exames, das ocupações dos leitos clínicos e de UTI. Montamos um modelo que usa análise de indicadores para definir o nível de restrição. Não há nenhum prazer do governador do estado em estabelecer restrições para a população, nenhum prazer. Pelo contrário, sentar-se à cabeceira da mesa para coordenar um grupo técnico que analisa os indicadores, que acompanha a evolução dos casos, e ter que tomar decisões como essa, não é nada fácil, ao contrário do que pensam alguns que nos acusam de facilmente, na posição de governador, estabelecer restrições à população. Mas é o que se impõe como responsabilidade, no momento crítico que estamos vivendo, e que rogo aqui, à população gaúcha, que nos ajude, nesse momento, cumprindo com seu papel, evitando aglomerações. Sabemos que as pessoas precisam trabalhar e ter seu sustento, mas elas também precisam ter segurança para si e para suas famílias do ponto de vista da sua saúde, inclusive para que seu trabalho possa acontecer. Se não houver condições sanitárias, as pessoas não frequentam os espaços, e tantas outras atividades econômicas sofrem também. Para atravessar esse que acreditamos ser o sprint final, o momento derradeiro, até que tenhamos volume de vacinas. E temos essa expectativa, de que, a partir do mês de março, um volume bastante grande de vacinas serão disponibilizadas no país, e que até, possivelmente, entre abril e maio, tenhamos imunizado os grupos de maior risco e parcela substancial da população. Expectativa é que dentro do primeiro semestre tenhamos metade da população imunizada. Nós não podemos relaxar os cuidados nesse momento e precisamos da colaboração de todos”, desabafou Eduardo Leite.