Máscaras do tipo PFF2 são as mais indicadas contra o coronavírus

Máscara PFF2 tem filtros mais eficazes e maior vedação, já que os elásticos são presos à cabeça do usuário, ao invés de ser posicionada nas orelhas - Foto: Henrique Ternus

Região – Com o aumento de casos de Covid-19 e hospitalizações em função da doença, o cuidado redobrado nas medidas de proteção ao vírus é essencial, principalmente em função da disseminação da nova variante P.2, proveniente de Manaus, e que possui carga viral maior (as pessoas expelem maior quantidade de vírus, portanto, aumenta a transmissibilidade). Para isso, o melhor jeito de se proteger e cuidar das outras pessoas é usando máscaras com bons elementos filtrantes e com boa vedação ao rosto, proteções que não são observadas na maior parte das máscaras caseiras de tecido. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por exemplo, determinou que máscaras de pano devem ter mais de uma camada de proteção para que uma pessoa possa entrar em aeroportos e aviões, além de proibir qualquer tipo de máscara de acrílico, plástico transparente ou tenha válvula de expiração nesses locais.

Em função disso, especialistas explicam que o modelo mais indicado é o tipo PFF2 (cuja sigla significa Peça Facial Filtrante), que possui elementos filtrantes eletroestáticos, que atraem as partículas e aerossóis possivelmente infectados e impedem que cheguem até a respiração de quem está usando a máscara, ou que a pessoa dissemine gotículas com carga viral no ar.

PFF para todos

Um projeto na internet está incentivando a busca pela proteção através desse tipo de máscara industrial. O “PFF para todos” reúne informações de especialistas e estudos a respeito do uso de máscaras, além de responder as dúvidas mais frequentes dos usuários e listar diversos estabelecimentos comerciais, em cidades de todo o Brasil, que vendem a máscara de proteção, assim como ofertas do produto. A página pode ser acessada em pffparatodos.com, ou no Twitter em @PFFparaTodos.

Outro perfil que traz informações atualizadas e baseadas em estudos científicos sobre as proteções faciais é o “Qual Máscara?”, que pode ser acessado pelo Twitter, Facebook e Instagram (@qualmascara).

Cuidados na hora de utilizar a máscara

Segundo o Observatório Covid-19 BR, uma iniciativa independente que trabalha para disseminar informações sobre a pandemia, feita por 85 pesquisadores associados a 28 instituições, as máscaras do tipo PFF2 conseguem capturar pelo menos 94% das partículas que passam pelas camadas de proteção (equivalente a N95, que tem esse nome justamente pela porcentagem de proteção que oferece). Apesar da popularização do nome, não existe N95 no Brasil, já que este é o padrão americano. No Brasil, o nome correto do mesmo padrão é PFF2.

As máscaras deste padrão possuem obrigatoriamente elásticos que são presos à nuca e à cabeça, ao invés de serem presos na orelha, o que garante uma maior vedação entre a proteção e o rosto (por esse motivo, o modelo KN95 não é o mais recomendado). Além disso, há um clipe de metal na região do nariz, que deve ser moldado para encaixar perfeitamente ao rosto do usuário.

Para colocar a máscara, a pessoa deve higienizar as mãos antes de colocar a máscara. Após, posicione a máscara no rosto e ajuste os elásticos no pescoço e na cabeça, sem cruzá-los, e pressione o clipe nasal, moldando-o para a máscara ficar bem encaixada. Para testar a vedação, é possível fazer uma concha com as duas mãos, e então inspirar e expirar. Se houver vazamento de ar, a máscara está mal posicionada e deve ser ajustada até que não seja observado nenhuma saída de ar. Para retirar, higienize as mãos e evite encostar nas partes frontal e interna da máscara. Puxe os elásticos para cima e para a frente, encostando somente nos fios, e então deixe a máscara pendurada em um local seco e arejado, sem sol.

Virologista ressalta a importância da máscara eficaz

O professor do Mestrado em Virologia da Feevale e coordenador da Rede Corona-ômica MCTI, Fernando Spilki, explica que a transmissão da Covid-19 se dá principalmente através de gotículas, e as máscaras PFF2 e as máscaras cirúrgicas com camada tripla dão uma proteção mais alta. “As máscaras de tecido que não se ajustam adequadamente ao rosto são um problema, e vemos que as pessoas infelizmente não têm ideia da necessidade disso. Uma máscara que fica na ponta do nariz ou esticada no rosto, com um vão entre o nariz e a bochecha, não está protegendo nada. O vírus chega por partículas e entra por todos os lados, por isso a máscara deve ser aderente ao rosto. Usar máscaras melhores serve para proteção individual e das outras pessoas. Se você não tem acesso à uma máscara PFF2, opte por uma cirúrgica tripla ou faça uma análise crítica da máscara de tecido que você tem. Avalie: meu nariz está tapado? Minha boca está tapada? Há uma via em que o ar passe de forma fácil? Se for bem ajustada ao rosto, com um tecido mais grosso, sem poros grandes, a tendência é que você esteja mais protegido. Agora, qualquer coisa fora disso não funciona. E cuidado com a falsa sensação de segurança, a máscara é mais uma proteção, mas a melhor de todas é a máscara somada a evitar aglomeração e distanciamento social”, explicou o virologista.

Como escolher a máscara correta

Os modelos de PFF2 variam muito de acordo com cada fabricante. Os preços variam muito, mas é possível encontrar peças por três reais. A diferença entre cada uma está principalmente no conforto e na aparência das máscaras. Para garantir a proteção, o importante é observar se o modelo possui o selo de verificação do Inmetro e do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho (foto ao lado mostra as informações que devem conter na embalagem e no próprio produto). A máscara não deve ter válvula também, que impede a contaminação do usuário, mas não impede que este deixe de expelir o vírus

Outra indicação é de que o produto pode ser reutilizado. É possível utilizar a máscara durante o dia inteiro sem a necessidade de troca, exceto se molhar ou danificar durante o uso. Após a utilização, a máscara deve ficar em um local arejado por pelo menos três dias até que os vírus sejam desativados, e então possa ser utilizada novamente. A máscara não deve ser lavada nem higienizada com álcool, pois pode prejudicar o efeito filtrante e inutilizar a máscara.