Hospital Sapiranga tem 40 leitos de UTI e atinge limite para expansão

Mesmo com 33 novos leitos de UTI em um ano, hospital não dá conta da demanda, em função dos pacientes com Covid-19 - Foto: Deivis Luz

Sapiranga – Com a pressão no sistema de saúde cada dia maior, com aumento no número de casos e internações por Covid-19, o Hospital Sapiranga conseguiu ampliar sua capacidade de atendimento de 12, no início da pandemia, para 40 leitos de UTI no momento. Com este crescimento, o hospital atinge agora o seu limite físico de expansão, ou seja, não há mais espaço nas estruturas da instituição para abrir novos leitos e, consequentemente, receber novos pacientes.

A diretora-executiva do Hospital Sapiranga, Elita Herrmann, explica que, durante muitos anos, a casa de saúde tinha um histórico de 7 leitos de UTI adulto, e, a partir do aumento da complexidade dos serviços e consequente ocupação total dos leitos, a direção percebeu a necessidade de ampliar a estrutura. “Graças a esse planejamento, que já estava em andamento no início de 2020, foi possível a ampliação já no início da pandemia para 12 leitos. Em dezembro, ampliamos para 17 (sete leitos de UTI convencional e 10 UTI Covid). No decorrer de fevereiro 2021, principalmente na segunda quinzena, a demanda por pacientes Covid aumentava diariamente, e nos obrigamos a ampliar mais 23, sendo que alguns estão alocados na nossa estrutura da UTI antiga. Somos pressionados diariamente por essa demanda espontânea”, explica Elita.

Hospital está esgotado

Com a ampliação dos leitos, que se dá através da necessidade crescente de atendimento neste momento, Elita detalha o esgotamento físico do Hospital Sapiranga. “Estamos no nível máximo do nosso plano de contingência. Não temos mais estrutura física, equipamentos e recursos humanos para ampliação. Nos últimos 15 dias, não conseguimos transferir nenhum paciente, pois todos os hospitais estão trabalhando acima da capacidade. Sabemos que o Estado está trabalhando conjuntamente com outros hospitais para ampliação de leitos, mas montar estruturas e equipes não é um processo que se dá da noite para o dia. Então, esperamos que outras regiões possam absorver pacientes daqui para que possamos dar conta da demanda”, afirma a diretora.

Como foi feita a ampliação

De acordo com a direção do Hospital Sapiranga, em cerca de um ano, foram 33 novos leitos de UTI habilitados somente em Sapiranga. Segundo Elita, esta ampliação só foi possível em função das verbas recebidas por portarias do governo federal, através do Ministério da Saúde (MS), e de negociações com as prefeituras. “Atualmente, temos 17 leitos habilitados pelo Ministério da Saúde, cujas portarias vêm sendo renovadas mensalmente. Para os 20 leitos excedentes, encaminhamos solicitação de habilitação no início de março, mas até o momento não tivemos retorno. Estamos negociando com as prefeituras as diárias que excedem os leitos habilitados. Além de não termos a habilitação, soma-se ainda a diferença entre o valor pago pelo MS, que é de R$ 1.600,00/dia, e o real custo da assistência com estes pacientes, que se aproximam a casa de R$ 2.600,00/dia, gerando um déficit de aproximadamente R$ 1.000,00 por dia por paciente. O custo dos medicamentos, principalmente o ‘kit sedação’, tem aumentado consideravelmente, além do risco de falta no mercado em virtude do elevado aumento de pacientes críticos”, esmiuçou a diretora-executiva.

Fique por dentro

Atualmente, são 28 leitos entre a UTI do novo anexo e a antiga UTI que foi ativada novamente, com, inicialmente, seis leitos, e que agora já são nove. A emergência do hospital também se transformou em uma UTI de 12 leitos, dedicada exclusivamente aos pacientes com Covid-19. “Os leitos foram sendo estruturados conforme a necessidade de absorver os pacientes críticos. Recebemos alguns equipamentos e fomos contratando pessoas. Serviços eletivos foram suspensos, como por exemplo cirurgias, e as equipes desses setores foram alocadas para a assistência a estes pacientes. Somente ampliação de leitos clínicos não basta, pois um grande percentual desses pacientes tem piora significativa e passam a demandar por leitos de UTI”, completa Elita.