Hospital Sapiranga preparado para honrar sua missão

Sapiranga – As próximas semanas, conforme estudos e levantamentos de profissionais da saúde, serão de muito trabalho e tensão. No Hospital Sapiranga, as equipes médicas e técnicas estão preparadas para atender o fluxo de futuros moradores de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá que necessitem de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O diretor-técnico, Eduardo Melnick, faz um esclarecimento: “Quem contrair o coronavírus, seguir todas as recomendações de isolamento, após 14 dias, o paciente é considerado imune. É liberado do isolamento e segue a vida normal”, cita.

“Estamos nos precavendo, pensando no pior cenário”

Repercussão – Mesmo com as indicações de que é para procurar as equipes de vigilância epidemiológica, o Hospital recebeu pessoas com casos suspeitos do coronavírus?

Eduardo – Sim, infelizmente ainda a população vêm procurando a emergência para consultas básicas. Nós montamos uma área especial, para atender estes casos com qualquer síndrome gripal e a procura vem aumentando dia a dia. São casos sem necessidade de internação ou de qualquer exame. Seguimos apelando à população que não procurem o hospital. Nós precisamos preservar a estrutura hospitalar para os casos graves, que venham necessitar de exames, de leitos e até mesmo de UTI.

Repercussão – Um dos itens indispensáveis caso a crise se agrave são os leitos de UTI. Qual é o tamanho da estrutura do Hospital neste aspecto? É possível/ou será ampliada?

Eduardo – O foco da nossa atenção tem sido, além proteger toda a equipe do hospital para os casos que venham a precisar nas próximas semanas, estruturar o hospital com novos equipamentos, setores de isolamento. A nossa UTI adulto é pequena, temos apenas 7 leitos, mas existe a possibilidade de realocar os pacientes de terapia intensiva para outros leitos, como fizemos na época do surto de H1N1, com utilização de ventilação mecânica. Estamos trabalhando em parceria com a Secretaria de Saúde para adquirirmos mais respiradores que é um ítem básico para os casos mais graves. Lugar para acomodar os pacientes nós teremos, estamos agora em busca destes respiradores para termos uma reserva maior.

Repercussão – Trabalham com uma estimativa/ projeção de ocupação desses leitos nas próximas semanas de quantos % e média?

Eduardo – Se seguirem os padrões da Europa, estamos nos preparando para uma situação muito ruim. Torcemos para que não chegue aqui desta maneira, mas estamos nos preparando de todas as formas. A nossa ideia é ter a equipe treinada, os equipamentos à disposição e insumos, como máscaras, material de EPIs e medicamentos necessários. Estamos nos precavendo, pensando no pior cenário. Se ele não vier, melhor. Devemos pecar pelo excesso, para não haver arrependimentos depois.

Repercussão – Como se dará a ocupação? Será regulado pelo Estado ou pela Secretaria de Saúde do município esse encaminhamento?

Eduardo – Em um primeiro momento os pacientes serão encaminhados aos hospitais de referência em Porto Alegre. À medida que lá estiver cheio, vamos começar a utilizar a estrutura daqui. Somos um hospital referência para 3 municípios, teremos em torno de 100 mil habitantes para cuidar, entre particulares, usuários de convênios e SUS.

Repercussão – E os procedimentos eletivos estão cancelados?

Eduardo – Existem casos eletivos, de doenças um pouco mais graves que nós iremos manter, como aqueles que envolvem tumores, neoplasia ou alguma complicação de cirurgia anterior, que serão mantidos. Cirurgias eletivas mais simples como hérnias, varizes ou pequenos procedimentos nós cancelamos, ligamos para os pacientes informando que são orientações do Ministério da Saúde, em parceria com os conselhos de Medicina e que, iremos reagendar uma nova data futuramente. Até o momento todos foram muito compreensivos. Porém em casos em que o médico note que haverá prejuízo ao paciente, o mesmo será reavaliado e poderá ocorrer dentro deste período.