No século 19 foram realizadas as primeiras tentativas de utilizar o sistema imune contra o câncer, o que foi recebido com grande ceticismo. Durante este período a quimio e radioterapia estavam despontando como tratamentos, produzindo as primeiras curas de tumores sólidos através da quimioterapia.
Hoje, sabemos que uma parcela de pacientes não alcança a cura, o que leva à pesquisa incessante de novas alternativas. Com o avanço da biologia molecular, engenharia celular e melhor compreensão do sistema imunológico surgiu a imunoterapia atual, representando uma forma de tratamento engenhosa e simples ao mesmo tempo. Administrada sob forma de um “soro”, ela age destravando os bloqueios do sistema imunológico.
Normalmente, nossas células imunológicas são capazes de reconhecer células estranhas, porém recebem um sinal para não as atacar. A ideia dos pesquisadores e ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina de 2018 foi de inibir este sinal, retirando o freio que impede a célula imunológica de lutar contra a célula cancerosa.
Os primeiros resultados, surpreenderam o meio médico e foram observados contra o melanoma. Desde então, a imunoterapia teve seu leque de ação expandido para várias outras indicações. Pode ser usada isoladamente ou em concomitância com quimioterapia ou radioterapia. E, uma vez que o sistema imunológico responda ao tratamento, é possível alcançar respostas completas de longa duração, mesmo em tumores refratários a tratamentos prévios.
Nossa missão é seguir compreendendo os mecanismos de resposta e de superar os casos de resistência ao tratamento, além de identificar quais tratamentos são os mais assertivos para cada situação em particular.