Em uma semana, região tem quase mil novos casos confirmados de Covid-19

*Até o fechamento desta edição, Araricá atualizou o boletim epidemiológico pela última vez no dia 18/11. Taquara e Três Coroas registraram o último boletim no dia 20/11. Para o indicador de 16/11 de Parobé, como não houve atualização nessa data, foram utilizadas as informações do boletim do dia 18/11 Fonte: Secretarias de Saúde municipais

Região – Os números da pandemia da Covid-19 no mundo voltam a preocupar as autoridades de saúde. O aumento no número de casos confirmados na Europa começa a se repetir no Rio Grande do Sul. Na região de cobertura do Grupo Repercussão, nas cidades de Araricá, Campo Bom, Nova Hartz, Sapiranga e em todo o Vale do Paranhana, foram registrados 968 novos casos da doença na última semana, entre os dias 16 e 23 de novembro. Somente os municípios de Sapiranga e Campo Bom contabilizam, somados, 646 pessoas com testes positivos para o coronavírus.

 

No Paranhana, os municípios registravam juntos 5.314 casos positivos até 23 de outubro. Em 16 de novembro, esse número aumentou para 6.167 e, apenas uma semana depois, foram registrados 410 novos casos, atingindo o total de 6.577 casos até 23 de novembro.

 

Nas dez cidades, foram 3.165 novos casos registrados em um mês, alcançando 14.866 resultados positivos da doença. 290 pacientes faleceram até o momento com complicações da doença, sendo que 30 foram somente no último mês, uma média de uma morte por dia neste período.

Situação no estado preocupa

Em live na última segunda-feira (23) para atualização das bandeiras do Distanciamento Controlado, o governador Eduardo Leite chamou atenção para as hospitalizações, que atingem agora patamares iguais ou piores do que no chamado pico da primeira onda de contágio. O chefe do estado classificou a situação como “preocupante”. Até o último domingo (22), o governo estadual registrou 1.002 leitos ocupados por pacientes com a confirmação da doença em todo o RS. Em 29 de julho, quando houve o maior número registrado até então, eram 995 pacientes internados com Covid-19. Nas UTIs, o maior número de pessoas com resultado de teste positivo internadas até o momento é de 728, registrado em 19 de agosto. No dia 22, o número, que apresenta uma curva gráfica em crescimento, chegou a 677.

“É preciso cautela”

O presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e professor da Universidade Feevale, Fernando Spilki, explica que estamos nos encaminhando para um segundo pico da doença. “É preciso cautela ou em algumas semanas medidas mais restritivas terão de ser adotadas, conforme já sinalizado pelo governo estadual”, alertou o especialista.

A região R07 – Novo Hamburgo, que abrange os municípios do Vale do Sinos, está na segunda semana seguida classificada com a bandeira vermelha, após mais de um mês de bandeira laranja (última classificação vermelha havia sido durante uma semana, entre 22 e 28 de setembro). A região R06 – Taquara, do Vale do Paranhana, está em bandeira laranja desde 1º de setembro.

Índices têm patamar de maio

Segundo dados da Imperial College, de Londres, a taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil nesta última semana é a maior desde maio. O índice, que mede o ritmo de contágio (Rt), passou de 1,10, em 16 de novembro, para 1,30 no balanço divulgado na terça-feira (24). Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130 pessoas. Além disso, pesquisadores brasileiros divulgaram nota esta semana afirmando que o país vive o “início de uma 2ª onda”. Para eles, isso se deve a três fatores: falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”, falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação” e “afrouxamento das medidas de isolamento sem uma análise cuidadosa por um painel de especialistas”.