Covid-19 é uma das doenças que mais matou em 2020

Região – Um levantamento realizado a partir de dados do Portal da Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/BR) mostrou que a Covid-19 está entre as doenças que mais causaram mortes na região. Segundo a estatística, foram 171 óbitos pela doença em 2020 em Sapiranga (96) e Campo Bom (75). Doenças classificadas como “demais óbitos” pelo portal (como diabetes, embolia e hipertensão, por exemplo) aparecem, somadas, com a maior quantidade de mortes, totalizando 373 nas duas cidades. Pneumonia é a terceira doença que mais causou mortes nos municípios: 169.

No total de óbitos, tanto Campo Bom quanto Sapiranga apresentam uma elevação no total registrado em 2020, na comparação com o ano anterior de 2019. 662 sapiranguenses faleceram em 2020, e 605 em 2019, e no município campo-bonense foram 460 registros de óbitos em 2020, 101 a mais do que em 2019 (que registrou 359 falecimentos).

Entretanto, se desconsiderada a Covid-19, Sapiranga apresenta uma redução do total de mortes de um ano para outro (seriam 566 em 2020), enquanto Campo Bom apresentaria 36 óbitos a mais na comparação com 2019 (seriam 385), se não contada a doença que causou a pandemia neste ano.

Redução no país e no estado

Em todo o Brasil, no ano de 2019, foram 1.170.728 óbitos registrados, segundo a plataforma da Arpen/BR. Já em 2020, foram 1.350.415 no total, sendo que, destes, 194.832 faleceram com complicações da Covid-19. Isso indica que, sem considerar a doença que causou a pandemia, haveria uma redução de aproximadamente 25 mil registros de mortes de um ano para o outro em todo o país. No RS, foram 83.955 mortes em 2019 e 87.344 em 2020, das quais 9.384 foram causadas pela Covid-19 (77.960 sem considerar a doença).

Baixa adesão dos programas

A secretaria de saúde de Campo Bom informa que a pandemia contribui para a baixa adesão dos programas por parte da comunidade e a diminuição na procura por atendimentos e continuidade de tratamentos, o que pode ter contribuído para o aumento dos números. “Continuamos ofertando todos os serviços, trabalhando a prevenção. A estatística nos permite ver pontos que precisam ser reforçados com a população, mas de qualquer forma estes já são trabalhados no dia a dia pela Secretaria e por toda a Administração”, afirma o prefeito Luciano Orsi.

“Esses números significam pessoas”

Sobre os indicadores, a Secretaria de Saúde de Sapiranga lamentou cada óbito, independente da doença. “Esses números significam pessoas. Trabalhamos muito no cuidado do paciente e objetivamos sua melhora, mas, por vezes, por situações que fogem de nosso controle, isso não é atingido. É difícil determinarmos uma causa específica para a redução de mortalidade no município, uma vez que também não podemos prevê-la. Podemos afirmar, apenas, que os óbitos não ocorrem apenas por comorbidades, mas, também por causas naturais, acidentais e criminosas, por exemplo. Nosso posicionamento, no ano de 2020, foi no sentido de atender a demanda conforme a procura, prestamos atendimento médico a todo paciente que buscou, e da mesma forma, foi com a realização de exames. No período de calamidade pública, os agendamentos foram suspensos, e o atendimento nas Unidades de Saúde foi concentrado para demanda espontânea, mantendo os atendimentos e encaminhamentos dos pacientes. Nos mantemos empenhados no atendimento de cada paciente, pois é para ele que nosso serviço existe”, reforçou a pasta, através de nota.