Um será o governador do nosso Estado pelos próximos quatro anos

A poucos dias das eleições para definir o próximo governador do Rio Grande do Sul, o Jornal Repercussão preparou uma entrevista com os candidatos que pretendem ocupar o Palácio Piratini pelos próximos quatro anos.
Os questionamentos aos candidatos foram pautados sobre os principais problemas enfrentados pelos moradores da região do Vale do Sinos e que estão concentrados nas áreas da saúde, educação, segurança pública e infraestrutura (rodovias).
Cada um do seu jeito, apresentou o que pretendem colocar em prática caso obtenham o êxito nas eleições deste domingo (26).
Nas entrevistas ao lado, pautamos temas como a RS-010, o fim da ambulancioterapia, mais policiamento nas ruas, além de questionar medidas para aprimorar a educação.
José Ivo Sartori
Partido: (PMDB)
Número na urna: 15
Jornal Repercussão – A RS-010 criaria uma nova rota de desenvolvimento regional, além de se transformar em uma alternativa frente à BR-116. Qual é a prioridade desta proposta no seu plano de governo e de uma eventual vitória sua no 2º turno? Levará a RS-010 adiante?
Sartori – O atual governo possui resistências ideológicas com Parcerias Público-Privada (PPPs). Temos que buscar a maior redução possível de desembolso por parte do Estado para essa obra. Também é necessário avaliar o custo para a sociedade não ter a Rodovia do Progresso. Precisamos superar entraves, especialmente nas desapropriações. Sou favorável ao modelo de concessões proposto pela União.
 
Jornal Repercussão – O senhor pretende adotar quais estratégias para acabar com o fenômeno da ambulancioterapia no Vale do Sinos? Aumentará recursos para os hospitais municipais e filantrópicos?
Sartori – Ampliaremos a descentralização e regionalizaremos a saúde. Também cumpriremos as previsões legais de destinação de recursos para a área. Levaremos as ações da Estratégia de Saúde da Família a 100% dos municípios até o final do governo, em 2018. Apoiaremos os hospitais filantrópicos e municipais, melhorando as condições de atendimento. O Hospital Regional dependerá de um amplo processo de parceria com o governo federal.
Jornal Repercussão – O clamor da sociedade é por mais segurança pública. O que o candidato pretende fazer para melhorar as condições de trabalho dos policiais?
Sartori – Temos um déficit de pessoal que será vencido na Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e no IGP. Aprimoraremos o policiamento ostensivo e vamos elaborar e executar um programa permanente de investimentos em recursos humanos e materiais. É preciso que se tenha uma polícia atuando com novas tecnologias. Vamos implantar o cerco eletrônico na Região Metropolitana, com câmeras de segurança.
Jornal Repercussão – As escolas públicas ainda não romperam a época do quadro negro e o giz. O que o senhor pretende fazer para tornar as salas de aulas mais parecidas com a do mundo real?
Sartori – Vamos qualificar os professores, com o aprimoramento da gestão escolar e a adoção de estratégias pedagógicas compatíveis com as deficiências diagnosticadas e com as melhores experiências nacionais e internacionais. Dotaremos as escolas de equipamentos e meios que potencializam a aprendizagem, tais como laboratórios, bibliotecas e salas digitais. Constituiremos um sistema de planejamento detalhado e a elaboração de uma política permanente e estável de gestão dos recursos financeiros, operacionais, humanos e pedagógicos. Em cada cidade desta região, há, no mínimo, duas ou três escolas com salas interditadas e obras de reformas aguardadas há muitos anos.
Tarso Genro
Partido: (PT)
Número na urna: 13
Jornal Repercussão – A RS-010 criaria uma nova rota de desenvolvimento regional além de se transformar em uma alternativa frente à BR-116. Qual é a prioridade desta proposta no seu plano de governo e de uma eventual vitória sua no 2º turno? Levará a RS-010 adiante?
Tarso – A construção da BR-448, entregue pela presidenta Dilma, somada a abertura de mais duas pistas da BR-116 no futuro, reduziram a urgência da ERS-010. Apesar disto, os estudos com os quais nos comprometemos estão sendo feitos, alguns concluídos. A partir deles, poderemos estabelecer a modelagem financeira da rodovia. Se reeleito, definiremos a origem dos recursos para financiar a obra.
 
Jornal Repercussão – O senhor pretende adotar quais estratégias para acabar com o fenômeno da ambulancioterapia no Vale do Sinos? Aumentará recursos para os hospitais municipais e filantrópicos?
Tarso – Somos o primeiro governo da história do Estado a investir 12% do que arrecadamos em saúde. O sistema deve ser regionalizado. Os municípios de pequeno e médio porte necessitam auxílio do Estado para oferecer o atendimento adequado. Desde 2011, repassamos R$ 1,3 bilhões só para investimentos no setor (o que corresponde a totalidade dos recursos repassados nos 12 anos anteriores). Vamos dar continuidade à política de financiamento dos hospitais filantrópicos. Ampliamos a rede hospitalar do Vale do Sinos em 624 leitos. O esforço agora é para otimizar a estrutura com a ampliação de hospitais e estabelecer centros para atendimento especializado, como as habilitações para atendimento de traumatologia em Sapiranga, e de oftalmologia em Portão.
Jornal Repercussão – O clamor da sociedade é por mais segurança pública. O que o candidato pretende fazer para melhorar as condições de trabalho dos policiais?
Tarso – Ainda há muito por fazer, mas transformamos o setor nos últimos três anos. Contratamos 3,6 mil servidores para a segurança e lançamos concurso para chamar mais dois mil novos brigadianos. Os aumentos salariais de mais 100% nos salários tornaram as carreiras atrativas. Nas delegaciais especializadas para investigar os homicídios, conseguimos esclarecer 72% dos crimes, no governo anterior era 20%. O sistema de policiamento comunitário reduz em 57% dos homicídios e 31% dos roubos a estabelecimentos comerciais.
Jornal Repercussão – As escolas públicas ainda não romperam a época do quadro negro e o giz. O que o senhor pretende fazer para tornar as salas de aulas mais parecidas com a do mundo real?
Tarso – Ampliaremos a distribuição de tablets e notebooks aos professores. Também ofertamos cursos de qualificação dos docentes sobre as tecnologias. A reestruturação do Ensino Médio teve como base uma preocupação de aproximar os conteúdos escolares com a realidade dos alunos, abrindo espaço para a pesquisa. Pulamos do 11º para o 2º lugar entre os estados. Nos comprometemos a dar continuidade a esse processo.