Sintonia com eventual governo Lula é a aposta de Edegar Pretto

Região – O candidato do PT ao governo estadual, Edegar Pretto, foi o último postulante a comandar o Palácio Piratini a conceder entrevista ao Grupo Repercussão.

 

Para amplificar o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul, Pretto disse que os atuais governos estadual e federal teriam ficado de braços cruzados na pandemia. “Registramos o fechamento de 25% das pequenas e micro empresas do nosso estado, e meio milhão de empregos foram perdidos. Assumi o compromisso de que o nosso Banrisul, que vai ser público, será o indutor e financiador do desenvolvimento do nosso Estado. Eu quero ver as pequenos e micro empresas podendo produzir mais. Para isso tem que ter um crédito atrativo, com um juros subsidiados. Para determinados setores tem que ter juro zero, porque é um grande investimento investir em quem produz”, declarou o candidato.
Na área das finanças públicas, Pretto citou a negociação que pretende efetivar em nível federal. “O Lula firmou, não só comigo, mas com o povo gaúcho, um compromisso de que a primeira reunião que ele fará como presidente da República quando for eleito, é chamar os 27 governadores e estabelecer o novo pacto federativo. Vamos renegociar essa dívida do Estado”, cita.

Saúde

“Não tem mágica, para ter mais saúde é necessário ter mais orçamento. Quando governamos com o Tarso Genro, no último governo do PT, investíamos 12% do orçamento em saúde. O meu compromisso é começar com 12% em saúde, mas eu quero concluir o meu mandato, se eu tiver a honra de ser governador, gastando 12% em serviços de saúde que é sem o IPÊ Saúde, que nós vamos salvar o IPÊ Saúde, que hoje está com uma dívida de R$ 1 bilhão, que é o maior plano de saúde de nosso Estado, e que atende mais de 1 milhão de servidores, servidoras e seus familiares. Vamos fazer de pronto e o meu secretário de saúde, já falei que em quatro meses teremos um diagnóstico com diálogo em cada uma das regiões do Estado. Queremos dialogar com as santas casas, com os hospitais, com as Upas, profissionais da saúde, prefeitos e prefeitas para sermos mais assertivos. Identificar em cada região, quais as estruturas que precisam de um orçamento e precisam de recursos para começar ou ampliar o atendimento. Queremos isso. É regionalizar mais a saúde, que não precise o senhor e a senhora sair de madrugada, levando uma marmita ou um lanche e vai para um local incerto, quando precisa de uma especialidade ou atendimento diferenciado de alta ou média complexidade. As pessoas quando precisam sair da sua região já doente, ficam mais doente ainda. E vamos regionalizar para ter a saúde mais perto das pessoas, e eu garanto, palavra de gaúcho, vamos diminuir de pronto as filas para consulta e para exames, para atendimento com especialistas e para cirurgias, pois ficou uma demanda reprimida pós-pandemia, e tem mais 30% da população que ficaram com o sequelas que precisam de atendimento especial. O Lula, o nosso querido presidente, está comprometido com o fortalecimento do SUS. Não só aprimorar o atendimento, mas nas demandas de especialistas, onde demanda a saída das pessoas de suas comunidades. Tenha certeza, ao lado do presidente Lula, vamos investir os 12% na saúde e vamos diminuir essa fila triste de quem está esperando meses, um ano, dois anos para ter uma cirurgia, um exame e atendimento especializado”.

Educação

“Infelizmente, os jovens gaúchos não estão enxergando nessa escola e nessa educação a possibilidade de se prepararem para a vida e para entrarem na universidade. Sabe-se que, infelizmente, nosso Rio Grande do Sul está com um dos piores índices, especialmente, de abandono da educação pelos nossos jovens. Somos o 4º estado do Brasil, onde os jovens mais deixaram a escola nesse último período. Certamente, isso tem tudo a ver com as estruturas das escolas. Estamos com 83% das escolas que não tem um pátio adequado para as crianças fazerem recreação. 14% das escolas não tem banheiro ou não estão funcionando. Professores trabalhando com baixa estima, então, não temos como sobreviver só do passado, mas, temos um histórico de quando temos a oportunidade de governar, tanto a nível nacional como de estado, fizemos muito na educação, mas não fizemos tudo. Para lembrar aos internautas que estão nos escutando, foi no governo do presidente Lula e da Dilma, que nacionalmente, criamos 18 universidades públicas federais, brotaram Institutos Federais em todos os cantos desse país, só aqui no Estado foram 41 cidades que ganharam Institutos Federais, que são escolas de excelência. E onde não chegou a escola e não chegou o Instituto Federal, como chegou em Sapiranga e Rolante, chegaram as bolsas do Pro Uni, que foram mais de 250 mil jovens que puderam chegar no curso superior, fruto das bolsas de ensino que criamos somente no Pro Uni, foram 140 mil brasileiros que se formaram. Tivemos uma atenção especial nessa área. Aqui no Rio Grande do Sul, Olívio Dutra foi o criador da UERGS, que tinha como missão levar curso superior, dialogado com as regiões, para formar mão de obra conforme a necessidade que se tinha. O Tarso Genro, quando foi governador, fez intervenções, fez obras em mais de duas mil escolas e nunca quando governamos, professores e servidores de escola, tiveram que ir no banco financiar os seus salários. Concedemos aumentos, fizemos concursos públicos, o que para nós, servidor público não é inimigo do estado, é companheiro, é parceiro, é um agente público e não há política pública que funcione sem a participação e valorização dos servidores públicos. Podem ter certeza, vamos ter uma escola, de novo, e uma educação adequada que vai preparar o jovem para a vida e a universidade e ao lado do presidente Lula, eu sou o candidato do presidente Lula, eu quero ter de novo orgulho de ver pais e mães pendurando na parede de casa o diploma de curso superior dos seus filhos e filhas”.

Segurança pública

“Infelizmente, vemos o governador que renunciou ao mandato, aos 37 anos, e pediu aposentadoria, subsídio ou pensão, como queiram chamar, Eduardo Leite, recebeu por ter trabalhado 39 meses, 19 mil reais, em dois meses, parou de receber quando ocorreu a denúncia, mas até hoje não devolveu o dinheiro. Ele fica na televisão, na internet, se vangloriando e falando sozinho que está tudo muito bem. Mas, o cidadão e cidadã sabem que não está tudo bem. Na segurança, é uma das áreas. É pelo esforço da corporação dos trabalhadores da segurança pública, que não temos índices mais piores. Vamos utilizar toda a tecnologia a serviço e a favor da segurança das pessoas. Quero dizer a cada um de vocês: não há segurança pública efetiva se os homens e mulheres da segurança, de todas as áreas, não trabalharem com auto-estima elevada. Vamos aparelhar melhor, vamos voltar a treinamento e todos os servidores da segurança que arriscam a sua vida e ajudam a cuidar das pessoas, vão estar mais aparelhado, e vão para a rua para enfrentar os delinquentes com a auto-estima mais elevada do que aqueles que eles enfrentam em nome da vida dos cidadãos. Esse é o meu compromisso, e tudo isso vai ser com muito diálogo com todas as regiões para termos uma presença mais efetiva, mais próxima da segurança da vida real das pessoas. O Lula também assumiu compromisso comigo, que vai criar o Ministério da Segurança Pública, e nós vamos de novo, ter treinamento para os nossos agentes. E vamos ter os cuidados necessários com essa estrutura para prestarmos um bom serviço para a população, mas assegurar a vida dos agentes da segurança pública”.

Finanças públicas

“Temos que rever o Regime de Recuperação Fiscal. Ele foi constituído sem diálogo com a população, vai impor uma amarra no nosso estado e o orçamento para os próximos dez anos. Não é justo e é desonesto, um governo cujo governador renunciou tentar impor o seu projeto para os governadores dos próximos 10 anos. Com esse regime de recuperação fiscal, o nosso orçamento fica subordinado ao Conselho Nacional, que é formado por três pessoas. Se eu como governador, quiser contratar um brigadiano, policial, um médico ou professor, eu tenho que pedir autorização para esse Conselho Nacional, em nome de um dívida que é injusta e impagável. Faça a conta comigo, quando o ex-governador Brito renegociou a dívida com o ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, estampou nos jornais que o Rio Grande do Sul, tinha saldado a dívida. Contratou R$ 9,5 bilhões, pagamos R$ 37 bilhões, ou seja, quatro vezes o valor original da dívida, e nós ainda devemos R$ 73 bilhões. Devemos ainda oito vezes o valor dessa dívida. E, o governador ao invés de se articular com outros estado e fazer o que o ex-governador Tarso Genro fez quando era governador, que se alinhou com mais outros 15 estados e fizeram uma ação junto à União, conseguimos naquela época baixar o indexador da dívida (de 6% baixou para 4%). Nós anistiamos R$ 22 bilhões da dívida do nosso Estado. Se não hoje não seria R$ 73 bilhões, seriam quase R$ 100 bilhões, a dívida do nosso estado. Ali se abriu uma avenida para uma renegociação”.