Sapiranga 67 anos: A primeira mulher prefeita

O protagonismo feminino ganha cada vez mais evidência na sociedade e, na política, não é diferente. Mas uma mulher, em especial, fez história em Sapiranga em um período em que os homens dominavam, amplamente, as ações na política. Entre 1989 e 1992, Marlene Wingert foi a escolhida pelos eleitores para ser a primeira mulher a governar a cidade. Quando assumiu a prefeitura, Marlene estava com 35 anos e a eleição foi conquistada após assumir a cabeça de chapa faltando apenas 45 dias para o pleito eleitoral. “Desde os 18 anos eu sempre participei da política, mas sem almejar concorrer a cargo público. Eu era candidata a vice, mas como o candidato a prefeito não pôde concorrer, eu assumi a cabeça de chapa. E mesmo a candidatura a vice foi para servir ao partido”, explica Marlene. “Mesmo em 45 dias foi uma surpresa a vitória, afinal foi uma reviravolta, mas a nossa mensagem, voltada ao social, foi entendida pela comunidade”, acrescenta a ex-prefeita que hoje está aposentada da vida política e, inclusive, é moradora do litoral. Há quase 14 anos afastada da cidade, o carinho prossegue. “Eu desejo sempre sucesso para nossa cidade. Eu sou filha da terra e quero que Sapiranga continue crescendo e progredindo. Desejo também que as pessoas se harmonizem, se unam pelo crescimento da cidade”, celebra.

Habitação e saúde como o principal legado

Entre as inúmeras realizações de seu mandato, Marlene destaca que a área habitacional foi o maior legado que seu governo deixou para a cidade. “A falta de moradia era o que mais nos afligia naquela época. A situação era muito complicada”, resume. “A cidade teve um crescimento muito grande em virtude da expansão da indústria do calçado e as pessoas começaram a vir para a cidade e Sapiranga não estava preparada para receber aquela quantidade de pessoas o que gerou um problema grande”, contextualiza a ex-prefeita.

Loteamentos e postos

Para resolver a situação da habitação, a administração liderada por Marlene Wingert implantou loteamentos populares em diferentes locais da cidade. “Nós também implantamos os primeiros postos de saúde em diferentes bairros. Foi assim que efetivamente se começou o sistema de saúde em Sapiranga”, lembra.

Vida de Marlene hoje é no litoral norte

Filha de Sapiranga, nascida no bairro Centenário, depois da aposentadoria política, Marlene resolveu mudar de ares. Com 68 anos, há mais de 10 anos Marlene está morando em Imbé no litoral norte. “Foi em 2008 depois da última eleição que resolvi sair de Sapiranga. Hoje sou eleitora do Imbé, mas sempre acompanho as coisas de Sapiranga”, conta Marlene. “No período de pandemia fiquei um ano e meio sem ir a cidade, mas depois de estar imunizada com as duas doses da vacina, voltei a frequentar Sapiranga. Eu sempre vou”, explica a ex-prefeita que tem uma rotina bem caseira quando está na terra natal. “Quando vou a Sapiranga minha rotina é família. Eu fico com o filho, com os netos e também recebo ou faço visita aos amigos queridos que tenho na cidade”, celebra Marlene.
Mesmo longe da cidade, a ex-prefeita tem um recado claro. “Só desejo sucesso pra nossa cidade. Sapiranga está no meu coração e só quero o melhor”, finaliza.