Região conta com 178 mulheres na disputa eleitoral

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Região – Os municípios de Sapiranga, Campo Bom, Nova Hartz e Araricá somam, juntos, 178 mulheres concorrendo a uma vaga nas Câmaras de Vereadores e Prefeituras. Os índices variam de 31% a 39%, conforme aponta o quadro ao lado, segundo estatísticas do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nestas eleições, os partidos, conforme o TSE, tiveram que cumprir a cota de 30% de vagas para mulheres, o que também contribui para a maior participação do gênero na região. O aumento de espaço, também trouxe dificuldade maior dos partidos em encontrar nomes de mulheres, assim como trouxe mais apoio a quem luta há anos pela política e direitos iguais. Na região do Sinos, de cobertura do Repercussão, há mulheres concorrendo às prefeituras de Sapiranga e Campo Bom. Atualmente, o município sapiranguense é conduzido por uma mulher. As cidades de Campo Bom, Nova Hartz e Araricá ainda não estiveram sob o comando de uma prefeita.

Formação diferenciada e candidatas, na sua maioria, dedicadas às suas carreiras

No perfil das candidatas, é possível perceber diferentes graus de ensino. Em Sapiranga, 16 possuem superior e 14 concluíram o médio. Em Campo Bom, 14 se formaram no superior e 24 no médio. Sobre as profissionais, a maioria se dedica a profissão. Em Nova Hartz, a profissão que mais se repete entre as candidatas é da indústria calçadista. Em Araricá, há comerciante, técnica de enfermagem, entre outras.

Estado civil das candidatas

A estatística do TSE também mostra o estado civil das candidatas e a maioria, nos quatro municípios, são solteiras, total de 65.

Em Sapiranga, há 19 candidatas casadas, 17 divorciadas/separadas, 16 solteiras e 2 viúvas. Em Nova Hartz, há 6 casadas, 10 divorciadas/separadas e 8 solteiras. Em Campo Bom, são 22 candidatas, 9 separadas/divorciadas, 27 solteiras e 3 viúvas. Em Araricá, são 13 casadas, 14 solteiras, 7 separadas/divorciadas e 1 viúva.

Em relação à idade das candidatas ao Executivo e Legislativo, nos quatro municípios há um denominador comum: a maioria têm idades acima dos 35 e 40 anos. Poucas são as mulheres abaixo dos 30 anos que colocaram seu nome para concorrer neste pleito.

Conquistar lugar

Mari Dapper também ressalta a luta que está sendo conseguir aumentar o espaço das mulheres na política. “Sim, hoje os partidos são obrigados a colocar uma porcentagem de mulheres. Vejo que muitas, inclusive que eu conheço, estão para preencher legenda, não porque realmente querem exercer um trabalho. Escutei, inclusive, que venderam o nome para colocar. É lamentável”, apontou ela, acrescento que “por ser um meio bastante masculino, ainda temos que conquistar nosso lugar”, completa a candidata.

Opinião de mulheres

Rosa Leães, candidata a vereadora em Nova Hartz

“É necessário a mulher ir à luta, não se intimidar. Não queremos ser “enfeite” de bancada e, sim, dar a voz a quem representamos. A Lei deve ser melhorada e garantir o mínimo de mulheres eleitas, não basta cotas para cumprir legendas e ajudar a eleger homens”.

Mari Dapper, candidata a vereadora de Araricá

“Sempre fui atuante, mas é a minha primeira vez na política como candidata. Pelo mesmo motivo que muitas acabam não se interessando, mas percebi que para ter a mudança que eu vejo que precisa, nós mulheres precisamos estar presentes”.

“É preciso coragem”

Rosa Leães, de Nova Hartz, reconhece a dificuldade tanto de conseguir nomes quanto de atuar na política sendo mulher. “Atualmente tivemos um aumento de mulheres em espaços políticos, ainda muito menos que os homens, mas com organização das mulheres, movimentos feministas e persistência, estamos fazendo a disputa democrática, embora o sistema ainda seja injusto e a todo o tempo tentem nos boicotar”, disse ela, reforçando que “mulher na política exige coragem, pois sofremos diariamente contra os ataques machistas, misóginos e fakes, que tentam nos desconstituir. Meu partido, apesar de avanços, teve muita dificuldade em ter candidaturas, mesmo eu sendo a única vereadora eleita”.