Região – Pautado pela independência editorial e pluralidade de pensamentos, o Grupo Repercussão, através da TV Repercussão, iniciou em 11 de abril uma série de entrevistas com os pré-candidatos(as) aos cargos de deputado estadual, federal e a governador, e que lançam os seus nomes de olho nas eleições de outubro.
E um dos temas que tem gerado opiniões divergentes é a proposta de criação do Hospital Regional Federal no eixo dos vales. Recentemente, a ideia ganhou os corredores da Assembleia Legislativa, as Câmaras de Vereadores na área de abrangência do Grupo Repercussão e foi incluída nos discursos dos candidatos. Para descobrir o ponto de vista de cada um sobre a pauta, o questionamento é apresentado a cada nome que participa do programa.
Através da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde, o governo citou o esforço em criar alternativas para ofertar o acesso pleno a cirurgias, exames e consultas na média e alta complexidade.
Lideranças tradicionais da política estadual e do eixo dos vales do Sinos e Paranhana passaram pela sabatina de perguntas com o jornalista Deivis Luz, apresentador do Programa Repercutindo, sempre às 10 horas.
Governo do estado promove mutirões para reduzir filas nas cirurgias eletivas represadas
A Secretaria Estadual de Saúde informou que está na estratégia do Governo do Estado a ampliação temporária de acesso à realização de consultas, exames e procedimentos cirúrgicos eletivos dentro do programa Cirurgia+. A iniciativa busca ampliar o acesso e reduzir as filas de espera entre a população para procedimentos eletivos nas especialidades de cirurgia geral, vascular, traumato-ortopedia, otorrinolaringologia, ginecologia, oftalmologia e urologia. Serão incrementadas 72.090 cirurgias e 94.218 consultas especializadas, que serão realizadas em 71 hospitais que já integram a rede de atendimento aos usuários do SUS.
O que pensam as lideranças sobre a criação do Hospital Regional Federal
“Conversei com o vereador de Sapiranga, Leandro Costa, e ele é uma grande liderança que estará trabalhando com esse tema, que é uma demanda muito importante. Ressalto esse trabalho e vamos nos somar e buscar a melhor alternativa para isso. Não podemos prejudicar nenhum dos hospitais que estão aí trabalhando, mas sim ajudar, que elas possam prestar um serviço melhor ainda. Nós sempre orientamos o caminho mais fácil de conseguir chegar nas instituições e acessar os serviços. Temos que ver qual a melhor opção”.
“Precisamos insistir que o Estado fortaleça os hospitais. Eu escuto em todas as eleições a proposta do Hospital Regional Federal, que é uma grande bobagem. Muitos deputados já se elegeram aqui na região dizendo que isso é a solução. Só que acontece que ninguém para pensar. Falar é muito bonito, mas na prática não funciona. Se criarmos um pronto socorro regional vamos perder os hospitais que temos em outras cidades. Não podemos trabalhar com a proposta de criar um pronto socorro regional. Precisamos atuar para fortalecer os nossos hospitais”.
“É uma pauta legítima. Mas, temos que ter ciência que não existe dinheiro novo. A partir do momento que cria uma nova estrutura é tirado de alguém. Tiro de Sapiranga ou de Campo Bom e assim por diante. A grande alternativa para hospitais regionais são os hospitais escolas, que tem a função de formação de profissionais, e que é mantido com a folha do FUNDEB, da Educação. Porque está formando alunos para a medicina. Essa é a modelagem que eu defendo. Essa é uma discussão que precisa passar pela bancada gaúcha em Brasília.”
Pela população que temos na região, pela importância que temos no PIB do aspecto econômico, as necessidades que temos, naturalmente, se faz necessário um Hospital que tenha alta capacidade de resolver e solucionar de forma complexa. Eu sou favorável a ideia. O que não podemos é de modo geral estarmos engajados em uma ideia que está sustentada em cima do vento, especialmente, em período eleitoral. Sou solidário a isso, quero participar e sei que o Hospital Regional Federal já está no âmbito das conversas de múltiplos prefeitos da região”.
“Há uma necessidade de ter um Hospital Regional que possa ampliar os atendimentos e garantir os atendimentos, da nossa região. E isso é um princípio do SUS, a regionalização do serviço de saúde e a descentralização do serviço de saúde. Só que temos que olhar a realidade. Precisamos ter coragem e olhar para as pessoas e falar a verdade. Existe a necessidade, mas hoje eu vejo como inviável. Dificilmente, o ministério
da Saúde vai aportar os recursos necessários para fazer esse investimento.”
“Esses movimentos são importantes. Se chegarmos na Assembleia Legislativa, poderemos abraçar o pleito que é de diversas lideranças. Tivemos postura contrária a algumas medidas do Programa Assistir e ao remanejamento de algumas questões do Estado, vide o exemplo da oncologia. Entendo que esse tema é importante, pois vários hospitais da nossa região prestam serviços importantes e se tornaram referência. Essa bandeira proporcionará uma melhoria para o atendimento de toda a nossa população do Sinos e Paranhana”.
“Tem que ver se é uma política do Governo Federal implantar hospitais federais. Eu sei que não é. Eles querem até vender os hospitais. O Hospital Conceição só de ações trabalhistas possui mais de R$ 2 bilhões, no Rio de Janeiro, é parecido o déficit. Primeiro tem que ver lá em cima. Não adianta movimentar. Em segundo lugar temos que ter o apoio de todos os prefeitos porque os prefeitos precisam se unir e definir algumas prioridades se vai ser necessário cardiologia no Hospital Federal. E o Governo Federal vai começar a ajudar na cardiologia. É uma questão bastante difícil, vai precisar da mobilização, alguns outros hospitais vão ter que abrir mão e podem sofrer perdas.”
“Tenho acompanhado e é bem importante a pauta. O que pudermos ajudar estando eleito deputado, apoiaremos. Mas, primeiro, precisamos estruturar o que nós temos. Não adianta querermos construir um espaço novo sem termos os espaços que nós temos já concretizados. Então, temos que lutar e não perder essas especialidades. Podemos ampliar serviços no Hospital de Parobé, por exemplo, ou Igrejinha, para atender a
demanda. Apoiamos a demanda do Hospital Regional Federal, mas não é só criar um espaço novo. Talvez, criarmos um outro hospital, deixaremos desamparado os que já existem, e talvez, o novo também não ficará tão amparado. É necessário uma alternativa.”
“Criamos na AL/RS uma Frente Parlamentar onde sou vice-presidente, o vereador Leandro de Sapiranga, que foi quem apresentou essa pauta. E discutimos isso e criamos essa frente parlamentar para discutir o tema. É muito importante lembrar que se tivermos uma casa de saúde federal, provavelmente, ela tire a referência de outros hospitais que tem estabelecidos seus processos de atendimento. Ela canalizaria ou concentraria, inclusive, de ter tratamento oncológico, por exemplo, como esse que estamos discutindo, viesse a ser realizado nesse estabelecimento. Por isso é uma discussão muito profunda. É excelente que tenhamos um hospital de referência e a nossa frente Parlamentar luta por isso, mas essa construção com as administrações municipais, ela precisa ser feita. Tem que sanar esse problema com cada uma das regiões. Já tivemos relatos de hospitais que disseram que se perdermos a referência fechamos as portas. Não podemos também em nome de um hospital regional federal, prejudicar outros serviços de outros municípios.”