Olívio Dutra passa por Sapiranga e defende sua gestão no caso Ford

Região – Amado pela esquerda, odiado pela direita. O ex-governador do Estado, Olívio Dutra (PT), passou por Sapiranga e causou alvoroço. Há menos de duas semanas, a disputa por uma cadeira no Senado Federal estava praticamente perdida, especialmente para o PT. Lasier Martins (PDT) e seus apoiadores davam como certa a sua eleição – antes mesmo da contagem dos votos – devido à visibilidade midiática obtida na sua passagem pela televisão do Rio Grande do Sul. Para não perder a corrida, o PT escalou Olívio Dutra. 

Anúncio de olívio deve polarizar corrida ao senado
Antes do Partido dos Trabalhadores (PT) escalar o ex-governador para a eleição ao Senado, a disputa se desenhava monótona. A virada proporcionada pelo PT deixará os ânimos acirrados. Lasier Martins, quando era comentarista na imprensa, sempre demonstrou ser contrário ao modelo de governo adotado por Olívio Dutra. Concorrem a uma vaga no Senado, além de Lasier Martins (PDT), Olívio Dutra (PT) e o atual deputado federal, Beto Albuquerque (PSB), em uma dobradinha com o PMDB, que não terá seus principais nomes, Pedro Simon e Germano Rigotto, disputando as eleições em 2014.
Entrevista com Olívio Dutra (PT)
Jornal Repercussão – Uma das principais críticas que partem de seus opositores é o de que o seu governo deixou a Ford se instalar na Bahia. Como contornar essa situação?
Olívio Dutra – A Justiça condenou a Ford a pagar ao Estado do Rio Grande do Sul R$ 162 milhões pelo abandono do negócio. Naquela época, enfrentávamos uma grave crise financeira e o Estado não podia repassar aos poderosos o que faltaria para os pequenos, inclusive, para a folha de pagamento. Foi uma decisão certa e me orgulho de ter participado daquele governo. Naquele momento, tínhamos a participação do PDT, PSB, além de outras forças progressistas. Foi uma decisão acertada. O Estado não pode repassar recursos escassos para grupos poderosos. É necessário investir em empreendimentos que expraem o desenvolvimento e não que concentrem a economia. Naquela época, o nosso governo também cresceu acima da média nacional.
Jornal Repercussão – De que forma você encara esta convocação do PT para que o senhor concorra ao Senado? E esta disputa com um de seus principais opositores (Lasier Martins) quando você era o governador do RS?
Olívio Dutra – É uma grande alegria e uma honra ter sido convocado para esta eleição que não postulei, não reivindiquei, mas que assumo integralmente a sua responsabilidade. Eu defendo o projeto que está fazendo bem para o Brasil, com os dois governos do Lula (ex-presidente), agora no governo da Dilma (atual presidenta), que queremos reeleger, e que está fazendo bem para o Rio Grande, no governo do Tarso Genro. Tenho este compromisso e os adversários devem expressar os seus compromissos. Tenho compromisso com um projeto que resgatou a dignidade de vida para mais de 40 milhões de brasileiros e que temos muito ainda o que fazer para aperfeiçoá-lo e aprofundá-lo. Não faço política pessoalizando ou por ter sido criticado. Fiz o que deveria fazer e respondo em qualquer circunstância porque fiz pelo interesse do Rio Grande e com cuidado pelo dinheiro público. Os meus adversários é que precisam se explicar, não eu. A Justiça está determinando que a Ford devolva recursos do povo gaúcho ao Estado. Ela que se colocou mal e não respeitou o governo.
Jornal Repercussão – Qual o maior desafio do governo Tarso em um futuro segundo mandato?
Olívio Dutra – É aprofundar e continuar expraiando o projeto que está fazendo bem ao Rio Grande, com uma articulação ainda maior com o governo e a reeleição da presidente Dilma.