O impeachment na visão de importantes sindicatos da região

Opinião | Lideranças avaliam o momento político vivido no País

País – Depois de mais de 20 anos o País poderá ter novamente um presidente da República afastado do cargo, através de um processo de impeachment. Com a aprovação da admissibilidade do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados no domingo (17) – foram 367 votos a favor da admissibilidade e 137 contra o andamento do processo -, o prosseguimento do impeachment contra a presidenta, agora, está seguindo o rito no Senado Federal.

Votarão no processo, que ainda não tem data para ser julgado, três senadores gaúchos – Paulo Paim (PT), declaradamente contrário ao processo de impeachment, além de Ana Amélia Lemos (PP) e Lasier Martins (PDT), os dois favoráveis ao afastamento da presidenta Dilma. Se os senadores aprovarem o pedido, Dilma ficará afastada por 180 dias até os senadores definirem pela cassação ou não do mandato de Dilma.

A favor de Dilma

“O pessoal não está pensando no desenvolvimento para tirar o país da crise. Os deputados pensaram neles e não no povo. A forma qe ocorreu a votação virou chacota no País todo e fora do País. A justificativa do voto foi uma palhaçada. Não estão vendo que o povo precisa de desenvolvimento para gerar emprego e renda, proporcionando uma vida mais digna para todos. O pessoal está achando que isso é uma brincadeira. E isso não é uma brincadeira. Não é como estar em um campo de futebol vendo dois times jogando bola. O que está em jogo é o futuro de uma nação. Deveriam se reunir com a mesma força para votar um projeto para o desenvolvimento do país, que está parado. Estamos em uma crise da qual não sei como vamos sair. Se o impeachment ocorrer ou não, o país continuará travado nos próximos dois anos. Vai ser muito difícil ter um desenvolvimento para sair da crise. A situação no Senado é muito difícil. O governo não conseguiu articular os votos necessários para virar o jogo. A oposição está com a proposta de impeachment, mas não tem proposta de governo para melhorar o País.
(Júlio Cavalheiro, presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga, Araricá e Nova Hartz).

Contra Dilma

“Como cidadão brasileiro, empresário, trabalhador, como pai de família, contribuinte que honra seus impostos em dia e zela pelas coisas corretas e certas, esse início da votação na Câmara foi o primeiro passo para começarmos algumas mudanças nesse Brasil. Os políticos e a política é uma coisa necessária. É uma coisa boa e que precisa de bons gestores, pessoas éticas e competentes. Isso é o início da grande mudança. Gostei da posição de alguns deputados e fiquei triste por aqueles que ficaram em cima do muro, como o Pompeo de Mattos (PDT). O impeachment precisa ser feito e a Câmara dos Deputados deu esse pontapé inicial. Porém, temos que ter acima de tudo, não é o interesse pessoal das pessoas. É o interesse do país, da Nação, resgatar os valores, os bons conceitos e a boa política, são essas coisas que precisamos resgatar. Tenho certeza que o Senado votará favorável até porque o País está doente. O País está em estado de coma e precisa de remédio. Precisamos começar o processo de limpeza. Estamos no caminho certo para moralizar e colocar a casa em ordem”.
(Luiz Paulo Grings, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapiranga, Araricá e Nova Hartz).